As chuvas que tudo arrastam
foram maré cheia
de sentires
de afagos
de almas
em leves tragos
e nas águas
viu-se o sol
e todas as coisas
arrastadas pela viagem
encontraram o seu porto.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Pureza
Um dia a pureza dos olhos bastará
Nesse dia andaremos pelas ruas
E estas estarão nuas
E serão mais verdade.
Nesse dia andaremos pelas ruas
E estas estarão nuas
E serão mais verdade.
domingo, 15 de novembro de 2009
Riscos
Neste silêncio sou só eu
Os meus pensamentos
Vão e vêm inquietos
E eu fecho os olhos
E deixo-os livres
Na alvura dos lençóis
Desenham arabescos
Linhas embrulhadas
Divergem
Convergem
Submergem
Emergem
Náufragos de mim.
Os meus pensamentos
Vão e vêm inquietos
E eu fecho os olhos
E deixo-os livres
Na alvura dos lençóis
Desenham arabescos
Linhas embrulhadas
Divergem
Convergem
Submergem
Emergem
Náufragos de mim.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Voo
um dia nascem-me umas asas
(sei que mereço)
e vou voar
para aquela terra que lembro
e que sei que existe
onde os dedos nos escrevem
por dentro da alma
onde as lágrimas cortadas
pelo sol são arco-íris
e onde
o acessório nunca é o principal.
Aí, despedir-me-ei das palavras
e serei só luz.
(sei que mereço)
e vou voar
para aquela terra que lembro
e que sei que existe
onde os dedos nos escrevem
por dentro da alma
onde as lágrimas cortadas
pelo sol são arco-íris
e onde
o acessório nunca é o principal.
Aí, despedir-me-ei das palavras
e serei só luz.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
manifesto
deixo passar as correntes...
não vou em correntezas
foi jura há muito escolhida
de ninguém adopto as certezas
no que for a minha vida
a mim responderei
e as migalhas que me querem dar
lixo!
sou pouco
sou muito
sou apenas
eu sou
e vou
onde?
quando lá chegar saberei...
para já basta-me este aconchego
e a chuva lá fora.
Nada mais preciso.
não vou em correntezas
foi jura há muito escolhida
de ninguém adopto as certezas
no que for a minha vida
a mim responderei
e as migalhas que me querem dar
lixo!
sou pouco
sou muito
sou apenas
eu sou
e vou
onde?
quando lá chegar saberei...
para já basta-me este aconchego
e a chuva lá fora.
Nada mais preciso.
domingo, 1 de novembro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Amanhã
na leveza dos linhos me envolvo
na sua pureza me embalo
e nas palavras me enredo
e nas ideias me revolvo
e sou tudo aquilo que calo
na dormência
que me domina.
Amanhã...
na sua pureza me embalo
e nas palavras me enredo
e nas ideias me revolvo
e sou tudo aquilo que calo
na dormência
que me domina.
Amanhã...
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Imaginação
dos sons que me chegam
no escuro
não quero saber a fonte
prefiro imaginar
o limbo mais obscuro
onde tudo é perfeito
e o amor é puro.
no escuro
não quero saber a fonte
prefiro imaginar
o limbo mais obscuro
onde tudo é perfeito
e o amor é puro.
domingo, 25 de outubro de 2009
À deriva
nessas águas que por aqui passaram
mandei barcos de palavras
quem sabe onde aportarão
essas sílabas tontas...
Deixá-las ir!
mandei barcos de palavras
quem sabe onde aportarão
essas sílabas tontas...
Deixá-las ir!
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Percurso
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Chuva e passos
e ela veio
chegou pela madrugada
espraiou-se pela rua
escorreu-me
e eu
já nem sei
se sou maré
se calmaria
se maremoto
sou líquida
fujo-me neste pensamento
sou aquelas pernas que vejo
lá longe e cujo tronco ignoro
e será que interessa?
olho as mãos...
enquanto os ouvidos submissos toleram
e o sangue nas veias leva cada gota
que me sulcou
nunca entenderás
sou aqueles passos que se afastam
enquanto os copos tilintam.
chegou pela madrugada
espraiou-se pela rua
escorreu-me
e eu
já nem sei
se sou maré
se calmaria
se maremoto
sou líquida
fujo-me neste pensamento
sou aquelas pernas que vejo
lá longe e cujo tronco ignoro
e será que interessa?
olho as mãos...
enquanto os ouvidos submissos toleram
e o sangue nas veias leva cada gota
que me sulcou
nunca entenderás
sou aqueles passos que se afastam
enquanto os copos tilintam.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
saudades do frio
cansada dos meus cansaços
dormente no calor tardio
uso estes silêncios lassos
quisera que o vento frio me aconchegasse
já em casa no torpor das lãs e das tristezas
talvez me trouxesse certezas
talvez os meus próprios braços
me transmutassem em levezas
e o desencanto feito aconchego
e o frio feito casa do vento
e eu deitada no meu pensamento
à espera do que não vem
quero só ficar enroscada
na minha casca listrada
de riso, dor e luta.
dormente no calor tardio
uso estes silêncios lassos
quisera que o vento frio me aconchegasse
já em casa no torpor das lãs e das tristezas
talvez me trouxesse certezas
talvez os meus próprios braços
me transmutassem em levezas
e o desencanto feito aconchego
e o frio feito casa do vento
e eu deitada no meu pensamento
à espera do que não vem
quero só ficar enroscada
na minha casca listrada
de riso, dor e luta.
sábado, 19 de setembro de 2009
Partida

Um pouco arredada aqui dos meus rabiscos. O final do Verão tem sido agitado.
Início do ano lectivo. Muito trabalho, muitos papéis.
Ali no quarto ao lado dorme pela última vez o meu filho mais velho. Pela última vez enquanto menino sob a asa da mãe.
Hoje vou levá-lo à capital. Fez 18 anos, entrou para a faculdade. Um ciclo que se encerra e outro que começa. Há uma mescla de alegria e tristeza. Alegria porque está a seguir o trajecto normal, tristeza porque ali no quarto ao lado já não estará sempre. A sua descoberta do mundo já não precisará do olhar orientador da mãe. Agora verei as suas descobertas pelos seus olhos, pelas suas palavras.
Não consigo evitar esta nostalgia instalada, este agridoce sabor de despedida de qualquer cais que fica apenas dentro de mim e enquanto aceno lembro-o de repente a fazer Es maiscúlos com uma perfeição que nunca consegui.
Volta no próximo semana. E eu cá estarei.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
reciclagem
chegam palavras
muitas palavras
algumas aninho-as
algumas esqueço-as
algumas trituram-me
algumas sangram-me
algumas roçam de leve
algumas são música
algumas são batalha
algumas são tralha
as de hoje vão para o lixo!
sílabas de matar tempo
e entupir silêncios...
Este é um poema de silêncios...
Ouvem?
As palavras foram para a reciclagem...
Demoremo-nos na aragem
No frescor que vem do mar...
muitas palavras
algumas aninho-as
algumas esqueço-as
algumas trituram-me
algumas sangram-me
algumas roçam de leve
algumas são música
algumas são batalha
algumas são tralha
as de hoje vão para o lixo!
sílabas de matar tempo
e entupir silêncios...
Este é um poema de silêncios...
Ouvem?
As palavras foram para a reciclagem...
Demoremo-nos na aragem
No frescor que vem do mar...
domingo, 30 de agosto de 2009
Banho
no silêncio do estio
que a bruma molhou
no vento me embrulhei
no arrulho do mar me deitei
com farrapos de espuma me teci
alma salgada de vento e de nada
alma lavada retoma a estrada
saibo-me a sal em cada pegada
agarro o leme em cada encruzilhada
deixo voar a gaivota
que enrolei na luz dos meus olhos...
que a bruma molhou
no vento me embrulhei
no arrulho do mar me deitei
com farrapos de espuma me teci
alma salgada de vento e de nada
alma lavada retoma a estrada
saibo-me a sal em cada pegada
agarro o leme em cada encruzilhada
deixo voar a gaivota
que enrolei na luz dos meus olhos...
Estendal
na água que levita me deito
ao vento que a transporta me dou
farrapos no vento
perdidos no tempo
estes pensamentos
vagam sem eito
recolho-os no farol
seco-os ao sol
estendal do que sou.
ao vento que a transporta me dou
farrapos no vento
perdidos no tempo
estes pensamentos
vagam sem eito
recolho-os no farol
seco-os ao sol
estendal do que sou.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Exangue
acaba-se o dia devagar
mais um
mais segundos
mais minutos
mais horas
e eu mais uma
mais carne
mais alma
mais sangue
amanhã outro
e eu exangue...
mais um
mais segundos
mais minutos
mais horas
e eu mais uma
mais carne
mais alma
mais sangue
amanhã outro
e eu exangue...
Se
se eu fosse brisa
era cálida e serena
desfolharia pétalas delicadas
acariciaria faces nubladas
derramaria aromas sem fim
e semeada por aí
estaria toda
e tudo estaria em mim.
era cálida e serena
desfolharia pétalas delicadas
acariciaria faces nubladas
derramaria aromas sem fim
e semeada por aí
estaria toda
e tudo estaria em mim.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Textos de outros
Nas minhas deambulações pela blogosfera tenho pousos, num desses pousos encontrei isto... http://cortafitas.blogs.sapo.pt/3108392.html
"Do amor e do ciúme
Ponto prévio: tenho para mim que o amor estará condenado à partida quando for um fim em si próprio. O que não impede que possamos ter uma "relação" fantástica sem muito amor, ou até nenhum. O ciúme pode excitar a “relação” mas liquida o amor. Enaltecer o ciúme é como exaltar a desavença na perspectiva que esta acarreta uma lúbrica reconciliação. Ao amor feliz o que menos faz falta são efeitos especiais, sensações bombásticas, pólvora seca ou surround em 5.1. O amor feliz exige desprendimento, dádiva, e um conhecimento mutuo profundo. Que cada um conheça os caminhos do outro, as curvas e contracurvas, os poros, tonalidades, texturas e odores, todas as nuances da alma e do corpo. Tudo isto carece de tempo, muito tempo, e... confiança! Exige uma entrega incondicional, o sacrifício dos segredos mais profundos, vaidades e fraquezas. Exige muito amor.O ciúme é a parte da história em que o amor sucumbe à proeminência dum umbigo, quando vence em nós um predador ferido. O ciúme é presunção, ilusão de paixão, prenúncio de vazio: um paliativo existencial que oculta uma mortal solidão. O ciúme está sempre onde deveria estar mais amor. Como escreveu David Mourão Ferreira, um amor feliz não tem história. E no fundo, no fundo, isso até pode ser bom, não pode?"
"Do amor e do ciúme
Ponto prévio: tenho para mim que o amor estará condenado à partida quando for um fim em si próprio. O que não impede que possamos ter uma "relação" fantástica sem muito amor, ou até nenhum. O ciúme pode excitar a “relação” mas liquida o amor. Enaltecer o ciúme é como exaltar a desavença na perspectiva que esta acarreta uma lúbrica reconciliação. Ao amor feliz o que menos faz falta são efeitos especiais, sensações bombásticas, pólvora seca ou surround em 5.1. O amor feliz exige desprendimento, dádiva, e um conhecimento mutuo profundo. Que cada um conheça os caminhos do outro, as curvas e contracurvas, os poros, tonalidades, texturas e odores, todas as nuances da alma e do corpo. Tudo isto carece de tempo, muito tempo, e... confiança! Exige uma entrega incondicional, o sacrifício dos segredos mais profundos, vaidades e fraquezas. Exige muito amor.O ciúme é a parte da história em que o amor sucumbe à proeminência dum umbigo, quando vence em nós um predador ferido. O ciúme é presunção, ilusão de paixão, prenúncio de vazio: um paliativo existencial que oculta uma mortal solidão. O ciúme está sempre onde deveria estar mais amor. Como escreveu David Mourão Ferreira, um amor feliz não tem história. E no fundo, no fundo, isso até pode ser bom, não pode?"
domingo, 26 de julho de 2009
Solidão
Manhã de Verão na cidade. Ar ainda fresco a adivinhar o calor da tarde. Na esplanada leio o jornal e observo as pessoas que vão e vêm.
Chega uma mulher, na casa dos sessenta. Arranjada. Com as suas compras na mão. Senta-se e pede um café.
Leio mais um pouco. Levanto a cabeça e apercebo-me que fala em voz baixa com um senhor. Talvez da mesma idade. Arranjado também.
Ouço a conversa… Estás tão giro! Tinha saudades tuas! Vamos à praia? Anda! Vamos jantar fora, vamos sair… Queres passar o fim-de-semana fora? Tudo isto intercalado com meiguices, olhares, uma voz sussurrante… Estás tão bem! Nem parece que tens setenta anos! Anda, há quanto tempo não me ligas?
O objecto de tanta devoção, um galã com ar de Tony de Matos, ia dizendo não a todos os ternos convites feitos de mãos nas mãos… Não posso! Estás doida, não posso! À suave recriminação da ausência de chamadas, puxou do telemóvel e mostrou… Vês? Liguei-te às tantas horas e não atendeste… Ela diz que não, impossível, pega no telemóvel dele para confirmar… Ligaste para uma Maria e para uma... Quem são? No mesmo tom de voz, sedutor, baixo… O telefone volta à procedência. Anda vem levar-me as compras a casa… Que não, que não podia! Anda faz a tua boa acção do dia… E lá foi com as compras, não sem antes de se ter voltado um olhar maroto para trás, para mim e um meio sorriso.
A solidão ronda por aí. Temos telemóveis, internet, televisão, mil e uma maneiras de nos ocuparmos, mas na verdade nada substitui o calor de um outro, a inflexão na voz de alguém que escutamos, a chispa num olhar onde nos reflectimos.
Passei na segunda à noite no IC2 junto a uma danceteria famosa da praça. Uma quantidade imensa de carros. Local de espantar a solidão, de socializar à moda antiga… A menina dança? Há sempre quem dance… Talvez a tal senhora lá vá… Talvez lá tenha conhecido o galã… Talvez…
(crónica publicada no Região de Leiria de 24/7/09)
Chega uma mulher, na casa dos sessenta. Arranjada. Com as suas compras na mão. Senta-se e pede um café.
Leio mais um pouco. Levanto a cabeça e apercebo-me que fala em voz baixa com um senhor. Talvez da mesma idade. Arranjado também.
Ouço a conversa… Estás tão giro! Tinha saudades tuas! Vamos à praia? Anda! Vamos jantar fora, vamos sair… Queres passar o fim-de-semana fora? Tudo isto intercalado com meiguices, olhares, uma voz sussurrante… Estás tão bem! Nem parece que tens setenta anos! Anda, há quanto tempo não me ligas?
O objecto de tanta devoção, um galã com ar de Tony de Matos, ia dizendo não a todos os ternos convites feitos de mãos nas mãos… Não posso! Estás doida, não posso! À suave recriminação da ausência de chamadas, puxou do telemóvel e mostrou… Vês? Liguei-te às tantas horas e não atendeste… Ela diz que não, impossível, pega no telemóvel dele para confirmar… Ligaste para uma Maria e para uma... Quem são? No mesmo tom de voz, sedutor, baixo… O telefone volta à procedência. Anda vem levar-me as compras a casa… Que não, que não podia! Anda faz a tua boa acção do dia… E lá foi com as compras, não sem antes de se ter voltado um olhar maroto para trás, para mim e um meio sorriso.
A solidão ronda por aí. Temos telemóveis, internet, televisão, mil e uma maneiras de nos ocuparmos, mas na verdade nada substitui o calor de um outro, a inflexão na voz de alguém que escutamos, a chispa num olhar onde nos reflectimos.
Passei na segunda à noite no IC2 junto a uma danceteria famosa da praça. Uma quantidade imensa de carros. Local de espantar a solidão, de socializar à moda antiga… A menina dança? Há sempre quem dance… Talvez a tal senhora lá vá… Talvez lá tenha conhecido o galã… Talvez…
(crónica publicada no Região de Leiria de 24/7/09)
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Prémio Lemniscata
"Cá estou eu, o Paulo da Batalha, do Centopeia , e acabo de presentear o seu blog com o Prémio Lemniscata.O testemunho foi-me passado pelo escritor Rui Herbon, pelo meu blog livrodeanuncios.blogspot.comVeja como dar seguimento ao prémio no meu blog.Esta não é a melhor maneira de lhe fazer chegar o prémio, mas foi a que encontrei. Já sou um assíduo visitante do seu blogue."
Paulo... Help! E agora?
Paulo... Help! E agora?
Chuva de Verão
na chuva que molha o Verão
sopra a coluna de vento
desalinha-me por dentro...
no abrigo dos dedos
desaparecidos os medos
esquecidas as palavras
somos textos de sentires
pontuação embrulhada
em risos, olhos e nada...
Nada?Tanto!
sopra a coluna de vento
desalinha-me por dentro...
no abrigo dos dedos
desaparecidos os medos
esquecidas as palavras
somos textos de sentires
pontuação embrulhada
em risos, olhos e nada...
Nada?Tanto!
terça-feira, 21 de julho de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
tristeza
escorre-me dos dedos esta tristeza
gela estas palavras...
sólidas
tais colunas alinhadas
contra as quais me desencontro
e me desconjunto
deixo-as aqui e vou...
levo a tristeza.
gela estas palavras...
sólidas
tais colunas alinhadas
contra as quais me desencontro
e me desconjunto
deixo-as aqui e vou...
levo a tristeza.
Pelo sonho é que vamos...
Cheguei de viagem por estes dias. Não escolhi o destino, esse foi escolhido há três anos pelos alunos da minha direcção de turma, para a sua viagem de finalistas.
O destino que escolheram foi Paris e eu encolhi o nariz, por vários motivos. Primeiro porque já tinha ido por outras vezes e depois porque me pareceu pouco provável que conseguissem reunir a verba necessária. Então disse-lhes que primeiro iríamos trabalhar e depois, consoante o dinheiro apurado, se decidiria o destino, mas sempre com muitas dúvidas que conseguissem.
Durante três anos, afincadamente, persistentemente, trabalharam. Venderam bolos todos os dias na escola, pagaram uma semanada de 0,50 €, fizeram cabazes de Natal e tantas outras actividades aparentemente irrisórias perante um objectivo imenso.
Já aqui escrevi por algumas vezes acerca do enquadramento sociocultural da escola onde trabalho, local muito desfavorecido em termos culturais e económicos. São alunos que só acedem à cultura ou aos grandes centros urbanos através da escola e das suas actividades, cujos pais não teriam possibilidade de proporcionar uma tal viagem.
Chegados ao meio deste ano lectivo percebemos que o sonho estava a um passo de se realizar… E aconteceu agora!
Por isso, quando chegaram a Paris diziam não acreditar estar lá e olhavam para tudo com o fascínio de quem sonhou tanto e tanto tempo com algo que, quando consegue parece não acreditar.
Por isso choraram de emoção nalguns momentos, porque cada coisa que visitaram ou fizeram foi sonhada e conseguida por eles.
E eu senti-me agradecida e visitei Paris com o mesmo entusiasmo da primeira vez, porque o vi de novo pelos seus olhos e pela sua alegria. Senti que, qualquer que seja o futuro, este presente que já é passado no momento em que escrevo, será património indelével de todos.
Sei que cada um deles, ao longo das suas vidas, terá presente a sua capacidade de realizar os seus sonhos se for persistente, se trabalhar. Talvez esta seja a melhor lição que aprenderam na escola.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Paris... Ao fundo da rua
terça-feira, 7 de julho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
marchas

Ao longe ouve-se a música
toa na noite molhada
toa na noite molhada
danças coloridas
na avenida engalanada
Fechei as janelas...
Fechei a torrente das palavras
Fechei-as aqui dentro
hoje não as quero ouvir
hoje não as quero dizer
Marcha o silêncio em mim
em arcos ornados de cetim
baila alegre em rodas mudas
baila alegre em rodas mudas
e no meio das palmas surdas
curvo-me e agradeço...
Reportagem

Cá estou, peço desculpas pelo atraso!! Com uma imagem e para contar como correu o Chá de Letras... Correu bem, confirmou-se que não tenho grande jeito para declamar... Mas colocar a assistência a declamar foi uma boa estratégia!!!
Foi um bom serão na companhia de família, amigos e gente amiga de poesia.
Agradeço aqui à Directora da Biblioteca Municipal de Porto de Mós Dra Margarida Vieira e a todas as funcionárias pelo carinho com que prepararam tudo e também a todas as pessoas que me lêem aqui e que me incentivaram!
Tenham um grande domingo, merecem!
Foi um bom serão na companhia de família, amigos e gente amiga de poesia.
Agradeço aqui à Directora da Biblioteca Municipal de Porto de Mós Dra Margarida Vieira e a todas as funcionárias pelo carinho com que prepararam tudo e também a todas as pessoas que me lêem aqui e que me incentivaram!
Tenham um grande domingo, merecem!
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Amanhã - Chá de Letras
Amanhã pelas 21h 30 estarei na Biblioteca Municipal de Porto de Mós a declamar a minha poesia... Convido-os a ir, mas não vos posso garantir um bom serão. Nunca declamei o que escrevo, não sei se terei algum jeito para a coisa, tive pouquíssimo tempo para me preparar...
Enfim... Lá estarei mais as minhas palavras.
domingo, 21 de junho de 2009
Coisas do Demo...
Nunca pensei que os demónios suscitassem tanta curiosidade!!! Aqui há uns 15 dias coloquei aqui um poema intitulado Demónios. Quando vou ao meu contador de visitas e este mostra quem me visitou, há sempre algumas visitas por dia, oriundas do google e que introduzem no motor de busca a palavra demónios no plural...
Esta coisa tem-me intrigado! Ou as pessoas andam possuídas pelos ditos e andam à procura de mezinha ou, tendo umas vidas um bocado chatas, andam à procura de sarna para se coçarem.... Foram as hipóteses que me vieram à cabeça... E vocês? O que acham?
Esta coisa tem-me intrigado! Ou as pessoas andam possuídas pelos ditos e andam à procura de mezinha ou, tendo umas vidas um bocado chatas, andam à procura de sarna para se coçarem.... Foram as hipóteses que me vieram à cabeça... E vocês? O que acham?
quarta-feira, 17 de junho de 2009
noite
na noite o frescor que cheira a mar
arrepia as palavras mornas do dia
as pessoas que as habitaram
no silêncio se esvaíram...
e agora sou só eu
a regar as pétalas
dum jardim que não sei...
arrepia as palavras mornas do dia
as pessoas que as habitaram
no silêncio se esvaíram...
e agora sou só eu
a regar as pétalas
dum jardim que não sei...
sábado, 13 de junho de 2009
impossíveis
domingo, 7 de junho de 2009
domingo, 31 de maio de 2009
Conversa ao fim da tarde
O dia esteve tórrido e o fim da tarde mais temperado. Na esplanada da tasca, virada para a serra, estava-se bem. Boa conversa, boa companhia.
De dentro da tasca irrompe uma mulher, aspecto humilde, por volta dos setenta anos, dificuldades de locomoção, muletas. Ocupa de imediato a última cadeira vaga existente na nossa mesa, sem pedir licença, naquela lhaneza própria de outros tempos e de outras gentes, em que se era menos polido, mas muito mais puro.
Entabula conversa e nós respondemos... Se na nossa terra também fazia calor... Sorrimos perante a pergunta que subentendia a informação donde éramos e lá dissemos... Eu de cá, outro de Santa Maria da Feira, outro de Paredes de Coura. Que sim , que conhecia de ouvir falar na tv. E a senhora perguntei eu, donde era, lá disse que era de perto, que tinha vindo no tractor e mostrou um veículo hibrido estranho, mistura entre carrinha caixa aberta e monovolume, cuja parte do tractor devia apenas ser o motor. E lá nos informou que aquele carro era o seu orgulho, que o marido tinha querido comprar um papa-reformas, mas que ela se tinha oposto veementemente. Porque havia muitos iguais lá na terra dela, porque lá dentro as pessoas mal se viam e que tinha dito ao marido que se ele fizesse a compra o destruiria todo à marretada. Eu quis confirmar, achando impossível que aquela mulher fizesse uma coisa dessas. Sim senhor, todo destruidinho à marretada. Até contou que, numa das suas viagens habituais, alguém embevecido com a qualidade da viatura se tinha deitado debaixo dela para melhor admirar a obra de arte e que mais tarde lhes tinha batido à porta para saber onde comprar tão inusitado modelo.
Naquilo, eis que sai lá de dentro o marido, que tinha ficado a pagar... E a nossa colega de mesa lá se despede e atravessa a estrada metendo-se no carro do seu orgulho.
E nós olhámos uns para os outros, rimos, agradecidos.
Há pequenos momentos assim, únicos porque improváveis. Já há pouca gente improvável, num mundo em que cada vez mais todos parecem formatados da mesma forma e em que se perdeu o gosto por isto... Pela conversa, pela descoberta dos outros, quem quer que sejam.
sábado, 30 de maio de 2009
início
arrepio com o frescor matinal
aquele que prenuncia o estio
na noite inquieta
na manhã desperta
na vida alerta
no correr dos dias
no desfiar das sílabas
no prender dos olhares
e ficar só assim
a congeminar
enquanto a madrugada me toca
e me deixa este gosto na boca...
aquele que prenuncia o estio
na noite inquieta
na manhã desperta
na vida alerta
no correr dos dias
no desfiar das sílabas
no prender dos olhares
e ficar só assim
a congeminar
enquanto a madrugada me toca
e me deixa este gosto na boca...
terça-feira, 26 de maio de 2009
demónios
domingo, 24 de maio de 2009
altar
na noite me sinto acolhida
nas suas marés me espraio
vago na vaga do pensamento
plano no torpor do esquecimento
velo na noite esquecida
memória dum corpo fremente...
inteira, mulher... Sempre,
no altar desta vida.
nas suas marés me espraio
vago na vaga do pensamento
plano no torpor do esquecimento
velo na noite esquecida
memória dum corpo fremente...
inteira, mulher... Sempre,
no altar desta vida.
terça-feira, 19 de maio de 2009
fuga
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Casa
manhã nova
no azul me diluo
no frescor renasço
fiz estradas densas
em noites atormentadas
de curvas sinuosas
de tristezas inesperadas
cheguei a casa...
no azul me diluo
no frescor renasço
fiz estradas densas
em noites atormentadas
de curvas sinuosas
de tristezas inesperadas
cheguei a casa...
domingo, 17 de maio de 2009
Simples
Simples, não é?
Respirar, comer, andar, falar, dormir...
Será assim tão simples
viver?
Era... Se não fosse o ser.
Sou-me estranha
Sou-te livro aberto
Sinto-te perto...
Respirar, comer, andar, falar, dormir...
Será assim tão simples
viver?
Era... Se não fosse o ser.
Sou-me estranha
Sou-te livro aberto
Sinto-te perto...
domingo, 10 de maio de 2009
Sulco

a mão que escolheu a palavra
traçou o sulco no corpo
e aí foi poema
letra a letra
pele a pele
desvendou a alma
e num cruzamento
na pele morena
alma e corpo
no mesmo alinhamento
na boca que segue a mão...
a liturgia da seiva
que se derrama ... serena.
sábado, 9 de maio de 2009
Castelo

agora que as chuvas marearam o pó
agora que o dia morre sombrio
agora que o silêncio toma a casa só
os pensamentos bailam no seu desvario
o castelo imóvel no céu recortado
assiste indiferente
ao ancestral bailado
viu entrar reis e rainhas
ouviu recitar ladainhas
sentiu desgostos e partidas
dores consentidas...
pouco importam os séculos
os ventos que o fustigaram
importam só as vidas.
E essas são secularmente iguais.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Amigos e Amizade
Hoje apeteceu-me voltar a colocar aqui dois textos sobre amigos e amizade que escrevi em 2007 e que estão no blog muito lá atrás...
Não mudei de ideias...
Amigos
Um amigo é um tesouro, costuma ouvir dizer-se, e com razão.Há quem tenha muitos amigos, há quem tenha poucos. Há quem pense muitas vezes ter encontrado o tal tesouro e, um belo dia, descubra que, por trás do brilho do ouro e das pedras preciosas que refulgiam se encontra apenas pechisbeque, sem qualquer valor.Eu tenho alguns tesouros, não muitos, porque amigos verdadeiros, daqueles que sobrevivem aos solavancos do comboio da vida, daqueles a quem podemos dizer uma graça e uma desgraça, daqueles que nos puxam a s orelhas quando é preciso e que são companheiros nas vitórias e nas derrotas, tenho muito poucos. Encontrar um amigo com estas características é raro, por isso são tesouros e devemos estimá-los. O seu brilho não é só uma capa de verniz superficial, vem de dentro: os maiores tesouros estão dentro de nós.A nossa vida é como qualquer cais de embarque de passageiros: chegam e partem pessoas, mas algumas demoram-se. Gostam do que vêem, nós gostamos de quem chega e construímos a nossa casa comum onde voltamos sempre, ainda que viajemos muito.É preciso mantermos a porta da casa aberta, pode entrar gente que não interessa, mas no meio da multidão há sempre tesouros escondidos que enriquecerão a nossa vida.
Cais...
Já aqui coloquei um texto sobre os amigos, logo no início. Hoje apeteceu-me voltar ao tema, por circunstâncias várias. Na altura falei que a nossa vida é como qualquer cais de embarque de passageiros: chegam e partem pessoas, mas algumas demoram-se. Gostam do que vêem, nós gostamos de quem chega e construímos a nossa casa comum onde voltamos sempre, ainda que viajemos muito.É preciso mantermos a porta da casa aberta, pode entrar gente que não interessa, mas no meio da multidão há sempre tesouros escondidos que enriquecerão a nossa vida.O problema é que nem sempre as partidas são pacíficas... Enquanto que as chegadas são momentos de alegria, de novidade, as partidas são muitas vezes sinónimo de perda, de dor, sobretudo quando sentimos que quem parte não regressará e porque normalmente os motivos da partida nos doem. Faz parte da vida e sabermos arrumar as ausências e o espaço de quem partiu, porque o terá sempre...é sinal de sabedoria e crescimento.Importante é manter a porta aberta... Há tanta gente que nos enriquece, que é única... Todos somos únicos de alguma forma, na nossa diversidade. Por isso gosto de gente em geral... Por isso gosto de sair de casa em cada dia, porque todos os dias me surpreendo. Nem sempre as surpresas são boas, mas as más não lhe dou grande importância... Vão para a reciclagem... As boas dão cor aos meus dias e fazem-me sentir muito bem por respirar.É manhã... Respiras, acordas e eu sinto.
Não mudei de ideias...
Amigos
Um amigo é um tesouro, costuma ouvir dizer-se, e com razão.Há quem tenha muitos amigos, há quem tenha poucos. Há quem pense muitas vezes ter encontrado o tal tesouro e, um belo dia, descubra que, por trás do brilho do ouro e das pedras preciosas que refulgiam se encontra apenas pechisbeque, sem qualquer valor.Eu tenho alguns tesouros, não muitos, porque amigos verdadeiros, daqueles que sobrevivem aos solavancos do comboio da vida, daqueles a quem podemos dizer uma graça e uma desgraça, daqueles que nos puxam a s orelhas quando é preciso e que são companheiros nas vitórias e nas derrotas, tenho muito poucos. Encontrar um amigo com estas características é raro, por isso são tesouros e devemos estimá-los. O seu brilho não é só uma capa de verniz superficial, vem de dentro: os maiores tesouros estão dentro de nós.A nossa vida é como qualquer cais de embarque de passageiros: chegam e partem pessoas, mas algumas demoram-se. Gostam do que vêem, nós gostamos de quem chega e construímos a nossa casa comum onde voltamos sempre, ainda que viajemos muito.É preciso mantermos a porta da casa aberta, pode entrar gente que não interessa, mas no meio da multidão há sempre tesouros escondidos que enriquecerão a nossa vida.
Cais...
Já aqui coloquei um texto sobre os amigos, logo no início. Hoje apeteceu-me voltar ao tema, por circunstâncias várias. Na altura falei que a nossa vida é como qualquer cais de embarque de passageiros: chegam e partem pessoas, mas algumas demoram-se. Gostam do que vêem, nós gostamos de quem chega e construímos a nossa casa comum onde voltamos sempre, ainda que viajemos muito.É preciso mantermos a porta da casa aberta, pode entrar gente que não interessa, mas no meio da multidão há sempre tesouros escondidos que enriquecerão a nossa vida.O problema é que nem sempre as partidas são pacíficas... Enquanto que as chegadas são momentos de alegria, de novidade, as partidas são muitas vezes sinónimo de perda, de dor, sobretudo quando sentimos que quem parte não regressará e porque normalmente os motivos da partida nos doem. Faz parte da vida e sabermos arrumar as ausências e o espaço de quem partiu, porque o terá sempre...é sinal de sabedoria e crescimento.Importante é manter a porta aberta... Há tanta gente que nos enriquece, que é única... Todos somos únicos de alguma forma, na nossa diversidade. Por isso gosto de gente em geral... Por isso gosto de sair de casa em cada dia, porque todos os dias me surpreendo. Nem sempre as surpresas são boas, mas as más não lhe dou grande importância... Vão para a reciclagem... As boas dão cor aos meus dias e fazem-me sentir muito bem por respirar.É manhã... Respiras, acordas e eu sinto.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
consolo
deixo a alma divagar
o corpo anda a lidar
pudesse eu escolher
e seria apenas luz
nem corpo nem alma
apenas a claridade que tudo conduz
mas como não me foi dado esse dom
e doutra forma não sei viver
sou assim imperfeita
dividida entre aquilo que sei querer
e o que sei não alcançar
resta-me a palavra para me consolar.
o corpo anda a lidar
pudesse eu escolher
e seria apenas luz
nem corpo nem alma
apenas a claridade que tudo conduz
mas como não me foi dado esse dom
e doutra forma não sei viver
sou assim imperfeita
dividida entre aquilo que sei querer
e o que sei não alcançar
resta-me a palavra para me consolar.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
caminhada
domingo, 3 de maio de 2009
Mãe
Não gosto de dias marcados. Aqui fica um texto que escrevi em Feveiro 2009 , mas que se adapta bem ao dia...
fui mãe nova, não demasiado nova, mas, de qualquer das maneiras, aos 23 anos penso que se pode considerar nova para os dias de hoje. fui mãe nova e como tal sem definir grandes planos ou traçar grandes objectivos,porque era assim casava-se e tinha-se filhos e pronto. nessa altura ainda não me tinha chegado a mania das interrogações ou das cogitações.por isso, não me debati com grandes interogações metafísicas ou dúvidas existenciais, sobre se seria boa mãe, sobre a grande responsabilidade de educar um filho,e essas cenas, como eles dizem agora.não sendo daquelas pessoas com instinto maternal exacerbado, fui aprendendo a ser mãe aos poucos, fui crescendo com eles, fui-me educando.
dezassete anos depois digo que é o emprego que mais gosto, o que me dá mais prazer, o que me dá mais felicidade.sem nenhuma dúvida.Sou uma mãe feliz, muito feliz.
não quer dizer que seja uma mãe perfeita, ou que os meus filhos sejam perfeitos... Mas andamos lá perto, loooooool (aprendi a lolar com eles).
Rimos muito os três, e às vezes gritamos muito também, porque os gajos são uns desarrumados do catano e ouvem música aos berros, menos mal que ouvem Doors, pink floyd e outras cenas afins, o problema é só o volume.
Com o mais velho, ave rara, partilho uma infinidade de coisas grandes e pequenas, livros, séries, blogues, confidências várias, os meus amigos, os seus amigos...
Com o mais novo, ganda cromo, mais parecido comigo, é mais músicas, culinária,ginásio, public relations e uma boa disposição contagiante.
Por isso, o dinheiro não estica, a euribor, o combustível, moem, mas não matam porque nos temos felizes e saudáveis.para o ano o mais velho vai sair do ninho, não me aflige, fico contente por ele, faz parte. eu fico cá sempre e ele sabe. mas vou ter umas saudadezitas...
pronto...hoje deu-me para isto, talvez porque ontem tive a casa cheia com os amigos deles e me diverti com o divertimento deles e porque adoro vê-los assim: felizes.
Para quem não tinha plano nem filosofia inicial, acho que não estou a ir mal, nada mal mesmo ( modéstia à parte)...
fui mãe nova, não demasiado nova, mas, de qualquer das maneiras, aos 23 anos penso que se pode considerar nova para os dias de hoje. fui mãe nova e como tal sem definir grandes planos ou traçar grandes objectivos,porque era assim casava-se e tinha-se filhos e pronto. nessa altura ainda não me tinha chegado a mania das interrogações ou das cogitações.por isso, não me debati com grandes interogações metafísicas ou dúvidas existenciais, sobre se seria boa mãe, sobre a grande responsabilidade de educar um filho,e essas cenas, como eles dizem agora.não sendo daquelas pessoas com instinto maternal exacerbado, fui aprendendo a ser mãe aos poucos, fui crescendo com eles, fui-me educando.
dezassete anos depois digo que é o emprego que mais gosto, o que me dá mais prazer, o que me dá mais felicidade.sem nenhuma dúvida.Sou uma mãe feliz, muito feliz.
não quer dizer que seja uma mãe perfeita, ou que os meus filhos sejam perfeitos... Mas andamos lá perto, loooooool (aprendi a lolar com eles).
Rimos muito os três, e às vezes gritamos muito também, porque os gajos são uns desarrumados do catano e ouvem música aos berros, menos mal que ouvem Doors, pink floyd e outras cenas afins, o problema é só o volume.
Com o mais velho, ave rara, partilho uma infinidade de coisas grandes e pequenas, livros, séries, blogues, confidências várias, os meus amigos, os seus amigos...
Com o mais novo, ganda cromo, mais parecido comigo, é mais músicas, culinária,ginásio, public relations e uma boa disposição contagiante.
Por isso, o dinheiro não estica, a euribor, o combustível, moem, mas não matam porque nos temos felizes e saudáveis.para o ano o mais velho vai sair do ninho, não me aflige, fico contente por ele, faz parte. eu fico cá sempre e ele sabe. mas vou ter umas saudadezitas...
pronto...hoje deu-me para isto, talvez porque ontem tive a casa cheia com os amigos deles e me diverti com o divertimento deles e porque adoro vê-los assim: felizes.
Para quem não tinha plano nem filosofia inicial, acho que não estou a ir mal, nada mal mesmo ( modéstia à parte)...
Estou
o tempo deixou-me aqui
nem sei porquê...
respiro
sou
espero
uma tempestade
uma calmaria
um raio
ou só mais este dia...
nem sei porquê...
respiro
sou
espero
uma tempestade
uma calmaria
um raio
ou só mais este dia...
sábado, 2 de maio de 2009
Ao F. e à sua menina

Acorda...
Ouves a minha voz? Hoje trago na minha voz o sol e a rua...
Na rua estão as flores, sentes o perfume aqui nestas palavras?
Sei que aí, onde estás, também deve haver flores e muitos risos
Não pode ser doutra forma...
Mas eu espero-te aqui, para colher flores, para correr, para veres o sol comigo
Anda... Está um dia lindo para voarmos por esse céu fora
de mãos dadas, bebendo o azul
Está um dia lindo para cresceres
Está um dia lindo para te ver crescer
Anda... Eu puxo por ti...
Enquanto não podes vir, eu faço-te companhia aqui
Voamos na mesma... Sem sair deste quarto...
Voarei sempre contigo.
Ouves a minha voz? Hoje trago na minha voz o sol e a rua...
Na rua estão as flores, sentes o perfume aqui nestas palavras?
Sei que aí, onde estás, também deve haver flores e muitos risos
Não pode ser doutra forma...
Mas eu espero-te aqui, para colher flores, para correr, para veres o sol comigo
Anda... Está um dia lindo para voarmos por esse céu fora
de mãos dadas, bebendo o azul
Está um dia lindo para cresceres
Está um dia lindo para te ver crescer
Anda... Eu puxo por ti...
Enquanto não podes vir, eu faço-te companhia aqui
Voamos na mesma... Sem sair deste quarto...
Voarei sempre contigo.
Justificação de atraso
Fiz o texto que está em baixo ontem... E depois não o editei... Nem sei bem porquê... Talvez até saiba... Porque quando o acabei desembarcaram por aqui umas palavras de tanta dor que o meu texto, de repente pareceu fútil...
Mas agora decidi colocá-lo aqui... Mesmo assim, porque tenho a sorte de poder escrever destas coisas e agradecer a vida que eu e os meus temos.
Mas agora decidi colocá-lo aqui... Mesmo assim, porque tenho a sorte de poder escrever destas coisas e agradecer a vida que eu e os meus temos.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Balanço semanal
É manhã e a casa dorme. Não há a música dos rapazes, nem a tv, nem o computador. Ouço apenas ao longe o barulho da montagem das barracas para o mercado semanal, quando os ferros caem no chão e vibram.
Semana curta, mas intensa. Ao contrário de outras em que se sucedem rotinas, esta foi pontilhada de acontecimentos, de histórias.
A história que mais sobressaiu, pela negativa, esta semana foi a que ocorreu numa escola primária do concelho de Porto de Mós: a professora, aparentemente de cabeça perdida por uma turma de 7/8 anos mais turbulenta, e perante a brincadeira gravíssima de três rapazes que corriam em tronco nu de volta de uma colega, resolveu chamar a polícia, o vereador da educação, os pais todos e fazer uma espécie de linchamento, de julgamento colectivo, com direito a desmaio da mãe de uma das crianças "criminosas" e tudo... Podem ler aqui.http://vilaforte.blogs.sapo.pt/
Depois conversas agradáveis, convívio com amigos e família...
Semana curta, mas intensa. Ao contrário de outras em que se sucedem rotinas, esta foi pontilhada de acontecimentos, de histórias.
A história que mais sobressaiu, pela negativa, esta semana foi a que ocorreu numa escola primária do concelho de Porto de Mós: a professora, aparentemente de cabeça perdida por uma turma de 7/8 anos mais turbulenta, e perante a brincadeira gravíssima de três rapazes que corriam em tronco nu de volta de uma colega, resolveu chamar a polícia, o vereador da educação, os pais todos e fazer uma espécie de linchamento, de julgamento colectivo, com direito a desmaio da mãe de uma das crianças "criminosas" e tudo... Podem ler aqui.http://vilaforte.blogs.sapo.pt/
Depois conversas agradáveis, convívio com amigos e família...
segunda-feira, 27 de abril de 2009
incerteza
é certo este pensar
é certo este acordar
é certo este cumprir a rotina
tudo mais são grandes nadas
pequenos tudos
que nos navegam à bolina...
é certo este acordar
é certo este cumprir a rotina
tudo mais são grandes nadas
pequenos tudos
que nos navegam à bolina...
sexta-feira, 24 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
Vem aí... Palavra
quinta-feira, 16 de abril de 2009
águas mil
segunda-feira, 13 de abril de 2009
festivais, acampamentos e outros que tais
O rapaz regressou... Mais morto que vivo, que isto de passar cinco dias no acampamento de jovens do ensino secundário em Gouveia, com mais cinco mil almas secundárias também deve ser coisa cansativa... Bués! Aqui parece que tinham cortado a água e só havia cerveja... Que seca!!!
E dizemos nós... Acampar??Em Gouveia??? Nesta altura do ano??? Não faz frio???? Nenhum, ao que parecia, dava para andar de manga curta e tudo e não se constipou...
Eu até fiquei a pensar se Gouveia terá algum microclima... Eu que fui para sul na mesma altura e não andei de manga curta...Tinha frio! Coisas!!
Vinha feliz e com muitas histórias para contar... E cada uma!!!
(a música lá em cima foi escolhida pelo jovem... é alusiva...Guns N' Roses - Paradise City)
sábado, 11 de abril de 2009
Sábado..
Hoje um dia como gosto. De chuva do lado de dentro da minha janela. De frio e vento do lado de fora da minha janela. De silêncio... O que eu gosto do silêncio, o que eu gosto de ouvir os meus pensamentos soltos, fazem uns barulhos estranhos e eu gosto de os ouvir. Passam-me na cabeça todas as coisas que tenho vivido por estes dias, as que me têm marcado de alguma forma, as conversas que ouvi e disse , o que vi e o que senti.
Gosto de passar dias comigo assim... Ainda que seja estranho, mas sinto que assim serei capaz de passar melhores dias com os outros e também gosto de passar dias com os outros, muito.
Deixem-me lá ser estranha! Por que raio temos nós que ser todos iguais!
Ontem foi sexta-feira santa... Fez ontem um ano, comemorei os meus 40 anos rodeada de muitos dos que gostava, lembrei-me disso ontem quando não estava cá ninguém. Não estava, mas tinha estado. Ontem proporcionei a quatro seres humanos momentos de felicidade pura, porque em todos os desertos, em todos os infernos, há momentos de felicidade.
Não sei se é da chuva, se é do silêncio, se é das palavras...
Gosto de passar dias comigo assim... Ainda que seja estranho, mas sinto que assim serei capaz de passar melhores dias com os outros e também gosto de passar dias com os outros, muito.
Deixem-me lá ser estranha! Por que raio temos nós que ser todos iguais!
Ontem foi sexta-feira santa... Fez ontem um ano, comemorei os meus 40 anos rodeada de muitos dos que gostava, lembrei-me disso ontem quando não estava cá ninguém. Não estava, mas tinha estado. Ontem proporcionei a quatro seres humanos momentos de felicidade pura, porque em todos os desertos, em todos os infernos, há momentos de felicidade.
Não sei se é da chuva, se é do silêncio, se é das palavras...
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Lembranças 2

Volto às lembranças... Da Páscoa da infância e de outras coisas que contei esta semana e que prometi a quem me ouviu que iria pôr aqui, num guardar em frases, factos e costumes que cairão no esquecimento, porque vindos dum tempo em que, na falta de fotos, filmes, apenas as memórias em palavras de quem os viveu os pode salvar.
O meu avô era sacristão, como o meu bisavô, o meu trisavô... Ainda hoje o sacristão da igreja da Mendiga é da minha famíia...
Domingo de Páscoa acontecia a visita pascal... O meu avô acompanhava o padre, as pessoas apanhavam heras que misturavam com pétalas de flores e espalhavam do lado de fora da porta, de forma a dar as boas vindas ao padre.
A minha avó fazia o almoço para o padre e o sacristão seu marido comerem, vinham cansados depois de percorrem a aldeia toda a pé... Lembro-me daaquele coelho guisadinho na lareira, no tacho de barro...
Na semana anterior faziam-se os folares, no forno imenso. A nós, garotos, deixavam-nos fazer as correias de massa dos bolos que enfeitavam os ovos enfiados nos folares... A minha avó sempre a controlar as operações, com as quatro filhas por perto e os netos por ali a atrapalharem mais que a ajudarem. Era ela quem dizia quando o forno estava quente, havia um sinal especial, a boca do forno ficava branca... Da porta da casa de forno, via-se a torre da igreja, de onde se controlava a hora de entrada e saída do bolos, tal como do pão...
Depois era pincelar os bolos com ovo, polvilhar com açúcar e comparar com os das vizinhas a ver quais tinham ficado melhor...
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Blog alheio
Um blog fabuloso, onde vou todos os dias.... Mátria Minha, feito por uma mulher, para mulheres e homens...
"As mulheres, mesmo as mais fortes, são frágeis, tão frágeis que nem se partem..." Mais aqui...
http://matria-minha.blogspot.com/2009/04/39-as-mulheres-sao-o-que-sao.html
"As mulheres, mesmo as mais fortes, são frágeis, tão frágeis que nem se partem..." Mais aqui...
http://matria-minha.blogspot.com/2009/04/39-as-mulheres-sao-o-que-sao.html
quarta-feira, 8 de abril de 2009
quero só...

da praia quero só a imensidão do mar
da noite quero só o luar que tudo vê
desta ilha quero apenas a solidão que a rodeia
deste trilho de areia quero apenas as flores que o bordejam
do que a minha vista abarca quero a imensidão que não se lê
e quando a vista me não bastar
e o cheiro a flores e maresia me faltar
lançarei à rede o coração
e serei na praia o luar
e serei trilho na ilha
e serei solidão na imensidão
porque a este sentir nunca bastará pouco
porque este sentir traz dentro de si um louco
que ao contrário do mundo e das instâncias
não é de variações e alternâncias...
quero só...
tanto.
da noite quero só o luar que tudo vê
desta ilha quero apenas a solidão que a rodeia
deste trilho de areia quero apenas as flores que o bordejam
do que a minha vista abarca quero a imensidão que não se lê
e quando a vista me não bastar
e o cheiro a flores e maresia me faltar
lançarei à rede o coração
e serei na praia o luar
e serei trilho na ilha
e serei solidão na imensidão
porque a este sentir nunca bastará pouco
porque este sentir traz dentro de si um louco
que ao contrário do mundo e das instâncias
não é de variações e alternâncias...
quero só...
tanto.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Baptismo motard...

A vida de cada um de nós segue os seus ritmos próprios... Algumas coisas aconteceram-me muito mais cedo que às minhas amigas, outras muito mais tarde... Acho sempre que foi quando tiveram que ser e que nada é por acaso.
Casei mais cedo que elas, fui mãe mais cedo. Entrei tarde para a política. Comecei a escrever depois dos 40...
Ontem experimentei uma coisa nova... Nada de especial.... Nem de proibido... Andei de moto, numa daquelas motos enormes, de motoqueiro mesmo... Quando me convidaram, disse que há anos que não andava de moto, mas depois, vasculhando nas minhas memórias, descobri que nunca tinha andado numa moto, apenas numa lambreta acelera que os meus pais ainda têm guardada lá na garagem.
Gosto pouco de velocidades e estava meia apreensiva... Só enfiar o capacete e os apetrechos já foi uma saga... Para não falar em subir para cima da moto... Eheheh!
E sabem que mais? Adorei!
sábado, 4 de abril de 2009
alternância
e depois do sol
vieram as nuvens
a mostrar que é sempre assim...
que é a alternância
que nos conduz
que a penumbra
a seguir à luz
a lassitude
a seguir ao frenesim
a brisa fria primaveril
espanta o calor
e eu fico aqui
enrolada neste torpor
que sabe bem..
vieram as nuvens
a mostrar que é sempre assim...
que é a alternância
que nos conduz
que a penumbra
a seguir à luz
a lassitude
a seguir ao frenesim
a brisa fria primaveril
espanta o calor
e eu fico aqui
enrolada neste torpor
que sabe bem..
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Quadras populares
A vida passa na rua
observo-a desconfiado
vai com a cabeça na lua
não me vê aqui parado
Nesta esquina do teu bairro
espero o que nunca vem
anseio esse teu olhar
onde me sinto bem
Bem sei que não me anseias
Sem mim podes passar
preso do que receias
enredado no meu penar
é por isso que canto aqui
é por isso que canto assim
alto para me esquecer de ti
triste de não estares em mim
Mas a vida que ali vai
leva segredos calados
os meus olhos tristes
seguem-na de ti fadados
quem sabe nessa ruela
onde te espreito passar
meus olhos sejam a tua tela
e em mim te venhas mirar
nesse supremo momento
a quimera seria realidade
todo eu frémito e sentimento
todo eu desejo e felicidade.
observo-a desconfiado
vai com a cabeça na lua
não me vê aqui parado
Nesta esquina do teu bairro
espero o que nunca vem
anseio esse teu olhar
onde me sinto bem
Bem sei que não me anseias
Sem mim podes passar
preso do que receias
enredado no meu penar
é por isso que canto aqui
é por isso que canto assim
alto para me esquecer de ti
triste de não estares em mim
Mas a vida que ali vai
leva segredos calados
os meus olhos tristes
seguem-na de ti fadados
quem sabe nessa ruela
onde te espreito passar
meus olhos sejam a tua tela
e em mim te venhas mirar
nesse supremo momento
a quimera seria realidade
todo eu frémito e sentimento
todo eu desejo e felicidade.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Filho
terça-feira, 31 de março de 2009
Poema de José Luis Borges
Após um tempo,
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeça levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm um forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.
Jorge Luís Borges (Poeta Argentino, 1890-1986)
Tradução de Luís Eusébio
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeça levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm um forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.
Jorge Luís Borges (Poeta Argentino, 1890-1986)
Tradução de Luís Eusébio
Cansaço
segunda-feira, 30 de março de 2009
Amazónia
A semana passado fui visitada por uma pessoa muito especial. Veio de outro continente, veio de outro mundo, quase. Mas é irmã, fala a minha língua, unem-nos anos de história, de conversas, de afinidades.
A prof. Nazaré Paes de Carvalho é a Coordenadora da Cátedra de Estudos Luso-Amazónicos na Universidade Federal de Belém do Pará e tem dedicado a sua vida a estabelecer pontes entre este estado e Portugal, procurando estabelecer parcerias que enriqueçam os dois lados do Atlântico. Existem protocolos e parcerias com universidades portuguesas e câmaras municipais cujos frutos têm consolidado o espírito de irmandade.
Existem na Amazónia 33 cidades com nomes de cidades e vilas de Portugal: Leiria, Santarém, Óbidos, Alter do Chão e muitos outros, e Porto de Mós também...
Visitar Belém do Pará e as cidades irmãs é uma experiência inolvidável, um estabelecer de laços que não mais desaparecem. Primeiro porque a presença portuguesa é imensa e muito acarinhada, porque somos tratados com o amor com que se recebem familiares longínquos que há muito não se vêem e, finalmente, porque aquela terra se nos entranha no coração, nos prende.
domingo, 29 de março de 2009
Trama

Entrelaçam-se os pensamentos
corre-me a estrada veloz
teço palavras, música
canto e ouço a minha voz
os meus olhos que aí mergulharam
perscrutam agora sós
bordo com os meus momentos
a trama da minha vida
ponto a ponto os meus tormentos
a alegria já rendida...
bordo-te com azul do mar
recorto-te em areia revolta
sinto-te na dança cosida
agora vou por aqui...
nos meus olhos alecrim mel
a trama segue a canção
que lhe dita o coração.
corre-me a estrada veloz
teço palavras, música
canto e ouço a minha voz
os meus olhos que aí mergulharam
perscrutam agora sós
bordo com os meus momentos
a trama da minha vida
ponto a ponto os meus tormentos
a alegria já rendida...
bordo-te com azul do mar
recorto-te em areia revolta
sinto-te na dança cosida
agora vou por aqui...
nos meus olhos alecrim mel
a trama segue a canção
que lhe dita o coração.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Bom fim de semana...
Um bocadinho ausente... Última semana de aulas, muito trabalho e outras ocupações... Volto para a semana que vem...
terça-feira, 24 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
41 Festejos
Depois de não fazer festas de aniversário desde a adolescência, o ano passado fiz e tomei-lhe o gosto...
Por isso este ano comecei a festejar de véspera e entrei nos 41 a fazer uma coisa que adoro... Dançar... Os meus pés estavam desgraçados no início da madrugada, tive que tirar os sapatos e tudo...
Agradeço aos meus amigos e amigas a presença e aos que não puderam estar presentes, mas que estiveram em espírito também...
O agradecimento especial vai para os corajosos que aguentaram a segunda parte da festa, a dança... Acho que nos vão contratar para animadores da disco...
sábado, 21 de março de 2009
quinta-feira, 19 de março de 2009
Janela
quarta-feira, 18 de março de 2009
Morangos com Chantilly 2009

É oficial! Eu andava a adiar a coisa, mas... não resisti ! Abriu a época do morango com chantilly em minha casa. É que esta época antecede a da preparação para o bikini e as duas colidem um pouco, mas há prazeres a que não se resiste.Portanto hoje lá segui o ritual: comprei uns morangos bem vermelhos, bem brilhantes, bem com ar "come-me", um pacote de natas frescas. Bati as natas, juntei uma porção de açúcar (grande), lavei os morangos, cortei-os.Bem... Agora imaginem-me de frente para o meu castelo, a teclar e a deliciar-me... São pequenos prazeres que nos enchem de bem estar!
segunda-feira, 16 de março de 2009
Não me apeteceu chatear-me
Somos pais. Somos mães. Somos filhos. Somos profissionais de qualquer coisa. Somos cidadãos. Somos seres humanos. Somos uma imensidade de coisas que implicam obrigações.
Às vezes essas obrigações pesam-nos, às vezes apetece-nos fugir delas. A umas podemos, a outras também mas sem nenhuma justificação.
Recebi hoje uma Encarregada de Educação de um aluno que está em vias de reprovar. Não compareceu na escola sequer para receber as notas do primeiro período, já foi chamada e não veio. Hoje liguei e veio. Perante o panorama negro, seis negativas, (sabem que os profs agora não devem dizer negativas nos documentos oficiais? É muito traumatizante, devem dizer seis níveis inferiores a três), agressividade do aluno, lá me disse... "Não vim mais cedo, nem me tenho importado com nada, nem os testes tenho querido ver, porque já sabia que era assim e não me apeteceu chatear..."
Primeiro embatuquei, confesso, alguns segundos depois disse-lhe " Ele é seu filho, se a senhora não se chatear, quem o fará?"
Eu às vezes também não me apetece nada chatear-me, com nada! Fogo!
domingo, 15 de março de 2009
Leituras de Fim de Semana
O Leitor de Bernard Schlink
A entrevista de Nuno Portas e da filha Catarina Portas na Pública
Público - trabalho originado pela morte do bebé de Aveiro, esquecido no carro pelo pai
Vi a apresentação do filme "O leitor"quando fui ver Revolutionary Road. E gostei. Pareceu-me mais um filme denso, emocional. Quem viu aconselhou ir ver. Mas não calhou, então comprei o livro que li este fim de semana.
Gostei. Sobretudo porque me pôs a pensar e eu gosto de livros que são assim. Depois de fechados, os personagens e as histórias permanecem em nós, fazendo-nos pensar na sua sorte, em nós, na vida, abrindo-nos novas perspectivas.
É uma história sombria, dura, triste.
A entrevista de Nuno Portas e da filha Catarina Portas na Pública
Gostei muito. Devia ser lida por todos aqueles que gostam de colar etiquetas e definir receitas de sucesso na educação dos filhos para perceberem que um dos ingredientes fundamentais é o amor e também o respeito. Havendo isso, as separações, o maior ou menor tempo passado com os filhos e uma série de coisas têm a sua importância, mas não são o fundamental.
Uma análise abrangente do caso, enumerando outros acontecidos sobretudo nos Estados Unidos, mostrando que o que aocnteceu, sendo muito grave, à luz da sociedade actual não é descabido e que o mais fácil é atirar pedras ao homem.
sábado, 14 de março de 2009
Praia

Ir à praia em Março é coisa que não me lembro ter feito antes. Experimentei hoje. Maravilha. Praia quase deserta, tempo óptimo. Sentir o mar, o sol, o universo todo ali.
(deixo este poema de Abril 2008)
As marés
que vão e tornam
trazem coisas sem fim
Gosto desse movimento incessante
dessas vagas ancestrais
pela praia encontro tesouros
conchas, tábuas, cordas, metais...
No meio do nada
que é muito
procuro tesouros, miragens
espeto uma vela no coração
inicio a minha viagem
na linha do horizonte
comigo por companhia
aspiro a ser água
saibo-me a maresia
Nesta navegação
em mim,
na busca do que nem sei
a brisa traz-me um aroma
prende-me um olhar náufrago
Chegas... Sabes a mar, a descoberta...
És concha, tábua, metal, corda?
És concha, tábua, metal, corda?
Esqueço as definições
não me preocupa o porvir
Embarco nesta viagem
Não quero mapa, nem âncora
O meu leme é só sentir.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Bom fim de semana!!
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