lá fora
bate ritmada a chuva fria
cá dentro
no ainda calor da noite
amanheço na madrugada sonhada
que nunca será nossa
enrosco-me no meu pensamento
fecho os olhos ao dia que quer chegar
neste torpor dolente
a tristeza passa rente.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Nevoeiro
em nevoeiro enredada
subo a serra
tudo é bruma
e maresia
submersa a terra
viajante solitária
desbravo o vago
adivinhando rotas
sentindo o cheiro
da água que tudo fecunda
e que vingará as vagens
adormecidas
no meio do nada
prossigo a viagem
não quero miragem, margem
sequer paragem
só caminhar
sem descanso
envolta em água
palavra e ar...
Pareço voar!
subo a serra
tudo é bruma
e maresia
submersa a terra
viajante solitária
desbravo o vago
adivinhando rotas
sentindo o cheiro
da água que tudo fecunda
e que vingará as vagens
adormecidas
no meio do nada
prossigo a viagem
não quero miragem, margem
sequer paragem
só caminhar
sem descanso
envolta em água
palavra e ar...
Pareço voar!
domingo, 26 de outubro de 2008
S
sol...
silêncio...
serenidade...
sou só
senhora dos sons
sábia dos silêncios
sôfrega na saudade...
semeio searas na solidão
sinal singular...
fica por aí... no ar....
silêncio...
serenidade...
sou só
senhora dos sons
sábia dos silêncios
sôfrega na saudade...
semeio searas na solidão
sinal singular...
fica por aí... no ar....
sábado, 25 de outubro de 2008
Testemunha
abarco o céu com o olhar
respiro a serra
sempre a mesma vista
diferente o mirar
a paisagem assiste-me
sente-me mudar
abriga-me na sua vastidão
mostra-me na sua plenitude
tudo aquilo que é vão.
respiro a serra
sempre a mesma vista
diferente o mirar
a paisagem assiste-me
sente-me mudar
abriga-me na sua vastidão
mostra-me na sua plenitude
tudo aquilo que é vão.
domingo, 19 de outubro de 2008
Sossego
Corre-me a paz por dentro
espraia-se e faz-me ser...
saboreio o momento
solto o pensamento
gosto dos meus dias assim
soma de quase nadas
em que semeio vagens de brilho
sem que a rota esteja feita
sigo o meu trilho...
espraia-se e faz-me ser...
saboreio o momento
solto o pensamento
gosto dos meus dias assim
soma de quase nadas
em que semeio vagens de brilho
sem que a rota esteja feita
sigo o meu trilho...
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Cansaço
cai-me o último alento
vejo de dentro a noite
apetecem-me os seus mistérios...
que me lavem a alma
que me levem os cansaços
que feitos mar de sargaços
se enrodilham em mim
imersa no teu negrume
voarei mundos sem fim.
vejo de dentro a noite
apetecem-me os seus mistérios...
que me lavem a alma
que me levem os cansaços
que feitos mar de sargaços
se enrodilham em mim
imersa no teu negrume
voarei mundos sem fim.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Desejo
No silêncio da casa
meus pensamentos à solta
arrastam-me na confusão...
quero ser folha ao vento
estrela sem firmamento
ser que dorme ao relento
Nada para me apertar
Nada de que me apartar
Só este existir assim
Sem propósito, meta ou fim.
meus pensamentos à solta
arrastam-me na confusão...
quero ser folha ao vento
estrela sem firmamento
ser que dorme ao relento
Nada para me apertar
Nada de que me apartar
Só este existir assim
Sem propósito, meta ou fim.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Crepúsculo
Vai partindo a luz do dia
No horizonte rosado
meus olhos vêem quimeras...
Felicidades antigas
Sussurros perdidos
Palavras esboroadas
Tudo num baile cá dentro
em melodias desafinadas
Deixo entrar a escuridão
no salão abandonado...
No horizonte rosado
meus olhos vêem quimeras...
Felicidades antigas
Sussurros perdidos
Palavras esboroadas
Tudo num baile cá dentro
em melodias desafinadas
Deixo entrar a escuridão
no salão abandonado...
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Madrugada
Foi o vento que me acordou
A chuva veio de noite
e molhou o meu desassossego
sonhos embrulhados
em calor, mágoa e nada
Vendaval que trazes o dia
Sopra os meus sonhos na lonjura
Semeia-os por aí...
Eu quero dormir sossegada.
A chuva veio de noite
e molhou o meu desassossego
sonhos embrulhados
em calor, mágoa e nada
Vendaval que trazes o dia
Sopra os meus sonhos na lonjura
Semeia-os por aí...
Eu quero dormir sossegada.
domingo, 5 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
Prece
Ao longe a música
Vultos que se mexem na noite
Festa no relento outonal
Queria ser ponto insiginificante
no universo astral
Ser só luz que alumia
Era o que eu mais queria
Lá no alto
não me chegava a alegria...
Mas a dor, também não a sabia.
Vultos que se mexem na noite
Festa no relento outonal
Queria ser ponto insiginificante
no universo astral
Ser só luz que alumia
Era o que eu mais queria
Lá no alto
não me chegava a alegria...
Mas a dor, também não a sabia.
Reciclagem
Deita as palavras no lixo!
Bem sei que as alindaste para mim
escolhidas uma a uma na gaveta a abarrotar
e que as encostaste do jeito que só tu sabes...
De todas guarda apenas a palavra paz
escreve-a em ti a tinta permanente
Deixa vir Outonos, ventos, tempestades
Deixa voar folhas amarelecidas
Sê persistente!
venham mortes, venham vidas
Tu estás em ti!
O resto são só restos...
Bem sei que as alindaste para mim
escolhidas uma a uma na gaveta a abarrotar
e que as encostaste do jeito que só tu sabes...
De todas guarda apenas a palavra paz
escreve-a em ti a tinta permanente
Deixa vir Outonos, ventos, tempestades
Deixa voar folhas amarelecidas
Sê persistente!
venham mortes, venham vidas
Tu estás em ti!
O resto são só restos...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Cansaço
É tão longa a caminhada
Tão sinuoso o caminho
Mais uma encruzilhada...
Não me apetece escolher
Não me apetece andar
Não me apetece nada!
Vou ficar aqui a dormir
vou na próxima nau
talvez me apeteça partir...
Observo os viajantes
Com uma ponta de nostalgia
Também assim fui um dia...
Tão sinuoso o caminho
Mais uma encruzilhada...
Não me apetece escolher
Não me apetece andar
Não me apetece nada!
Vou ficar aqui a dormir
vou na próxima nau
talvez me apeteça partir...
Observo os viajantes
Com uma ponta de nostalgia
Também assim fui um dia...
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Meio Sentir
Cai a noite
A vida de todos os dias segue a sua vida...
E eu deixo-a ir
Parece fácil viver
É só respirar
E não pensar em ser
Não querer mais
Não sentir mais
Só a medida certa
A porta meio aberta
Só o meio ter
Para não doer.
A vida de todos os dias segue a sua vida...
E eu deixo-a ir
Parece fácil viver
É só respirar
E não pensar em ser
Não querer mais
Não sentir mais
Só a medida certa
A porta meio aberta
Só o meio ter
Para não doer.
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