terça-feira, 15 de julho de 2008

Despedida

Escrevi hoje os meus últimos poemas neste blogue... Iniciei-o assim, sem pensar bem, porque era moda, porque li alguns de que gostei, incentivada por uma amiga que me ensinou como fazer. Fui colocando aqui as minhas crónicas, textos de outras pessoas, alguns textos meus e, posteriormente, poesia da minha autoria, que descobri que sabia escrever por empurrão de alguém muito especial.

Hoje coloco aqui um ponto final, porque tudo tem um princípio, um meio e um fim e é chegado o tempo do fim.

A todos os que por aqui passaram, leram e me comentaram o meu agradecimento sincero, continuarei a ler-vos e a partilhar convosco as palavras. Também continuarei a escrever, descobri-lhe o gosto...



Boas férias e até sempre!

Possibilidade

pudesse eu ser palavra e era paz
pudesse eu ser estação do ano e era Primavera
pudesse eu ser objecto e era porta
pudesse eu ser alimento e era pão
pudesse eu correr e era água
pudesse eu escolher e era riso
pudesse eu saber e era livro
pudesse eu escrever e era poesia
pudesse eu intervir e era revolução


sou mulher... e sou paz, abro a porta, sou Primavera, pão, água, riso, livro e poesia e revolução.

pudesse eu sentir-te...

Noite de Estio

na madrugada serena
envolve-me o luar morno

nada temo
nada sou
nada anseio

apenas esta calmaria
que me navega e me desbrava

e semeia pontos de luz
que me guiam para lá

onde não sei o destino
mas vou...

sábado, 12 de julho de 2008

Cegueira

Porque me dispo e não vês
Porque te canto e não me embalas
Porque te leio e não ouves
Porque me dou e não abres as mãos
Porque te acolho e não te recolhes

Porque sou flor de sal e me despedaças.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Quadras sentidas

Vesti-me de dores e penas
compus a minha carapaça
sorriso afivelado nas cenas
indiferente à conversa que passa



As penas perderam-se no ar
Deixaram apenas a lição
Despi-as sem vacilar
Mais rico o coração

Batendo independente
Sem recear tempestade
Coração imprudente
Porque és assim verdade?

Despe-te de ilusões
nada anseies que não bater
a vida sem confusões
Sem dor para te acometer...