chegam palavras
muitas palavras
algumas aninho-as
algumas esqueço-as
algumas trituram-me
algumas sangram-me
algumas roçam de leve
algumas são música
algumas são batalha
algumas são tralha
as de hoje vão para o lixo!
sílabas de matar tempo
e entupir silêncios...
Este é um poema de silêncios...
Ouvem?
As palavras foram para a reciclagem...
Demoremo-nos na aragem
No frescor que vem do mar...
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
Banho
no silêncio do estio
que a bruma molhou
no vento me embrulhei
no arrulho do mar me deitei
com farrapos de espuma me teci
alma salgada de vento e de nada
alma lavada retoma a estrada
saibo-me a sal em cada pegada
agarro o leme em cada encruzilhada
deixo voar a gaivota
que enrolei na luz dos meus olhos...
que a bruma molhou
no vento me embrulhei
no arrulho do mar me deitei
com farrapos de espuma me teci
alma salgada de vento e de nada
alma lavada retoma a estrada
saibo-me a sal em cada pegada
agarro o leme em cada encruzilhada
deixo voar a gaivota
que enrolei na luz dos meus olhos...
Estendal
na água que levita me deito
ao vento que a transporta me dou
farrapos no vento
perdidos no tempo
estes pensamentos
vagam sem eito
recolho-os no farol
seco-os ao sol
estendal do que sou.
ao vento que a transporta me dou
farrapos no vento
perdidos no tempo
estes pensamentos
vagam sem eito
recolho-os no farol
seco-os ao sol
estendal do que sou.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Exangue
acaba-se o dia devagar
mais um
mais segundos
mais minutos
mais horas
e eu mais uma
mais carne
mais alma
mais sangue
amanhã outro
e eu exangue...
mais um
mais segundos
mais minutos
mais horas
e eu mais uma
mais carne
mais alma
mais sangue
amanhã outro
e eu exangue...
Se
se eu fosse brisa
era cálida e serena
desfolharia pétalas delicadas
acariciaria faces nubladas
derramaria aromas sem fim
e semeada por aí
estaria toda
e tudo estaria em mim.
era cálida e serena
desfolharia pétalas delicadas
acariciaria faces nubladas
derramaria aromas sem fim
e semeada por aí
estaria toda
e tudo estaria em mim.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Textos de outros
Nas minhas deambulações pela blogosfera tenho pousos, num desses pousos encontrei isto... http://cortafitas.blogs.sapo.pt/3108392.html
"Do amor e do ciúme
Ponto prévio: tenho para mim que o amor estará condenado à partida quando for um fim em si próprio. O que não impede que possamos ter uma "relação" fantástica sem muito amor, ou até nenhum. O ciúme pode excitar a “relação” mas liquida o amor. Enaltecer o ciúme é como exaltar a desavença na perspectiva que esta acarreta uma lúbrica reconciliação. Ao amor feliz o que menos faz falta são efeitos especiais, sensações bombásticas, pólvora seca ou surround em 5.1. O amor feliz exige desprendimento, dádiva, e um conhecimento mutuo profundo. Que cada um conheça os caminhos do outro, as curvas e contracurvas, os poros, tonalidades, texturas e odores, todas as nuances da alma e do corpo. Tudo isto carece de tempo, muito tempo, e... confiança! Exige uma entrega incondicional, o sacrifício dos segredos mais profundos, vaidades e fraquezas. Exige muito amor.O ciúme é a parte da história em que o amor sucumbe à proeminência dum umbigo, quando vence em nós um predador ferido. O ciúme é presunção, ilusão de paixão, prenúncio de vazio: um paliativo existencial que oculta uma mortal solidão. O ciúme está sempre onde deveria estar mais amor. Como escreveu David Mourão Ferreira, um amor feliz não tem história. E no fundo, no fundo, isso até pode ser bom, não pode?"
"Do amor e do ciúme
Ponto prévio: tenho para mim que o amor estará condenado à partida quando for um fim em si próprio. O que não impede que possamos ter uma "relação" fantástica sem muito amor, ou até nenhum. O ciúme pode excitar a “relação” mas liquida o amor. Enaltecer o ciúme é como exaltar a desavença na perspectiva que esta acarreta uma lúbrica reconciliação. Ao amor feliz o que menos faz falta são efeitos especiais, sensações bombásticas, pólvora seca ou surround em 5.1. O amor feliz exige desprendimento, dádiva, e um conhecimento mutuo profundo. Que cada um conheça os caminhos do outro, as curvas e contracurvas, os poros, tonalidades, texturas e odores, todas as nuances da alma e do corpo. Tudo isto carece de tempo, muito tempo, e... confiança! Exige uma entrega incondicional, o sacrifício dos segredos mais profundos, vaidades e fraquezas. Exige muito amor.O ciúme é a parte da história em que o amor sucumbe à proeminência dum umbigo, quando vence em nós um predador ferido. O ciúme é presunção, ilusão de paixão, prenúncio de vazio: um paliativo existencial que oculta uma mortal solidão. O ciúme está sempre onde deveria estar mais amor. Como escreveu David Mourão Ferreira, um amor feliz não tem história. E no fundo, no fundo, isso até pode ser bom, não pode?"
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