sexta-feira, 30 de março de 2012
alma
é um mar
é uma maré
é esta água revolta e fria
é pensar
é profundidade e abismo
é este ir e vir
torrente e corrente
alma inquieta
exigente
neste vai e vem
de sonhos perdidos
espera o batel
dos esquecidos...
no leme o sonho
dos que nunca se dão por vencidos.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Cores
quero todas as cores
quero pintar as sílabas de risos
e sonhos
na boca de palavras
exilo as dores
pincelo-as
de carmim
e está a azul o céu
da paz que escolhi.
Estou em mim.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Na tarde de primavera e no calor temporão, na conversa aprazível da esplanada, observo. Magotes de gente que passa. Novas, velhas, com hábito, sem hábito, línguas diversas. Gestos particulares que marcam os olhos de quem vê.
Não sei de onde surge um casal, aparentemente banal. Não o seremos todos aparentemente? Meia idade... E o que é isto, cerca de 50 anos, com um aspeto em tudo banal... Nenhuma Angelina Jolie, nenhum Clooney. Nos pormenores marcam a diferença: a mão que se estende para ajudar a descer esse degrau que veem aqui em cima, os dedos entrelaçados, os corpos próximos e os olhares cúmplices.
Felizes, adolescentes de um amor sem tempo.
sexta-feira, 2 de março de 2012
prece
este sol fora de tempo
que arranha a alma renego
os cinzas, os negros, as águas
bem-vindos
nestes tempos
em que quem deu vida
a procura
no escuro do inverno
e da chuva
a minha vela
e a minha prece
terão mais luz
e talvez Deus veja.
que arranha a alma renego
os cinzas, os negros, as águas
bem-vindos
nestes tempos
em que quem deu vida
a procura
no escuro do inverno
e da chuva
a minha vela
e a minha prece
terão mais luz
e talvez Deus veja.
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