sexta-feira, 6 de março de 2009

A diferença entre esmola e solidariedade

O P.S.D. apresentou na reunião de câmara de 19 de Fevereiro uma proposta que continha um conjunto de medidas para ajudar os munícipes do concelho, singulares e empresas a fazer face à crise. A ideia nem sequer é nova ou original, muitas câmaras por esse país fora o têm feito.
A proposta foi recusada pelo executivo socialista liminarmente, nem sequer aceitaram fazer dela um ponto de partida, um documento de trabalho.
Eu fiquei um pouco admirada, confesso. Uma das medidas propostas tinha a ver com facilidades no pagamento da água aos agregados familiares em situação de desemprego. Tenho ouvido o Presidente lamentar-se da crise e contar nas últimas reuniões de câmara que tem pago do seu bolso a água a alguns munícipes em situação desesperada.
Ajudar quem precisa é um dever de todos, cada um de nós, enquanto cidadão o tem. Sei também que João Salgueiro é um homem de bom coração, não tenho dúvidas nenhumas disso.
Ajudar alguém em termos particulares ou nome individual, supostamente, é um acto que não carece de publicidade ou divulgação, é desinteressado, fica entre quem deu e quem recebeu.
E o nosso presidente ajudou esses munícipes em nome individual, porque enquanto Presidente da Câmara recusou-se a fazê-lo.
Portanto só tenho um conselho a dar às famílias em dificuldades e que não consigam pagar a conta da água: dirijam-se à câmara, falem com o cidadão João Salgueiro, ajudá-los-á, com toda a certeza e informará a câmara disso. Ao Presidente não peçam nada porque ele votou contra ajudar os munícipes...
Um bocadinho confuso isto... Faz-me lembrar a Ivone patroa e a Ivone empregada...

11 comentários:

prafrente disse...

A situação é real mas as propostas de solução são sempre subjectivas.
Como sabe, a assistência social assumiu durante muitos anos uma feição caritativa gerida dentro de um contexto religioso.Havia uma dependência, real ou implicita,da parte de quem recebia em relação a quem dava.
Hoje as respostas sociais têm de ser encontradas num contexto oficial.O Estado directamente ou através dos seus parceiros sociais, o chamado 3º sector, deve proporcionar aos mais carenciados meios dignos de subsistência independentemente da raça, religião ou credo politico dos que procuram ajuda.Mas os recursos financeiros do Estado não são inesgotáveis.
Como cidadão, cujos recursos económicos são também bastante limitados e como futuro técnico de Serviço Social estou convicto de que muitas situações-digo muitas, não digo todas-se devem a uma má gestão dos recursos económicos das familias.Citarei apenas, a título de exemplo, que algumas pessoas carenciadas não dispondo de meios económicos para pagar água ou luz, gastam pequenas"fortunas" em tabaco...
Como cantava António Variações:
"Quando a cabeça não tem juizo...

Soluções concretas são como os maus resultados nos jogos de futebol:Cada pessoa tem a sua opinião e julga que é a melhor delas todas.

PS.:Detesto a "caridadezinha"...

Anónimo disse...

Em Portugal é assim. Se um partido da oposição apresenta uma proposta, quem governa é contra. Quando o governo apresenta uma proposta, a oposição é contra... Assim não vamos a lado nenhum!

Maresia disse...

Prafrente
Você fala mesmo como um assistente social!Relativamente às famílias em dificuldades, haverá de tudo, como na vida. Gente bem orientada, gente mal orientada, cabe aos técnicos destrinçarem isso e isso faz-se no terreno.
Volte sempre! :-)

Maresia disse...

Carlos Barbosa

Infelizmente é mesmo assim! É por isso que não saímos da cepa torta!
Bom fim de semana!

Anónimo disse...

No final a cena é a seguinte, o Presidente até queria ajudar, o vereador das finanças é que não deixa, vejam lá que até do próprio bolso ele ajuda, aquele Albino é que é forreta.É a velha estratégia do até queria mas não me deixam.
Aqui para nós que ninguém nos ouve,hoje aprendi muito sobre reacção á mudança e olhar para o negócio de outra forma, convido-te a ver os dois vídeos que vou colocar amanhã. Isto tudo para dizer que recebi dois e-mails(entre alguns de felicitações) de amigos meus, de Porto de Mós e com responsabilidades públicas na área da comunicação social no Concelho, que em vez de darem os parabéns ao Vila Forte,não a mim que não sou ninguém,simplesmente escreveram isto:carreguem menos vezes no F5.Com esta forma de ver o negócio, como havemos de ser solidários e trabalhar em equipa para o quer que seja?
bjs e bom fds

Maresia disse...

Pedro

Verei os vídeos amanhã, estou sempre disponível para aprender.
Quanto à incompreensão dos outros, custa sempre,mas é uma carapaça que se vai arranjando.
Lembras-te da cobra que queria comer o pirilampo embora não fizesse parte da sua cadeia alimentar?Ela disse-lhe que o queria comer porque não suportava que ele brilhasse mais que ela... É assim que funciona, infelizmente!

Anónimo disse...

A proposta de isentar o pagamento da refeições a crianças com pais desempregados, foi chumbada pelo Partido SOCIALISTA com a explicação de fazer parte de um conjunto de "medidas demagógicas e desajustadas", o que traduzindo por miúdos, quer dizer que seria uma proposta visionária se fosse apresentada pelo seu executivo, mas como foi proposta pela oposição não presta. Este é o nível a que chegamos.
O Sr. Salgueiro não exita em apontar como politiquisse qualquer proposta positiva que não seja apresentada como sendo sua, porque vive num mundo em que todos os que não o aplaudem não são válidos à comunidade. Ele é a formiguinha esforçada que todos dias tem de estar às 7h00 da manhã, qual capataz de obras, a orientar os colaboradores da Câmara. Os outros são as cigarras que nada fazem e só falam. Esquece-se que foi eleito em democracia, e nesse regime político aparentemente desconhecido para ele, os eleitos constituem os órgãos EXECUTIVOS e os não eleitos, a oposição, estão presentes nos órgãos DELIBERATIVOS, e por isso podem deliberar, ou comentar as decisões do EXECUTIVO. Esta explicação dos princípios do nosso sistema político deveria ser desnecessária, mas quem lê as intervenções públicas do nosso Presidente de Câmara, entende que são mesmo necessárias. A isto podemos acrescentar que ainda existe outra ‘coisa’ de que ele parece não aceitar, que é uma Sociedade Civil com liberdade para se manifestar e para questionar. Claro que há uns anos para cá, no 25 de Abril anda de cravo ao peito e a cantar Zeca Afonso, mas no dia 26 tudo regressa à mesma do dia 24.
Já sabemos todos com o que podemos contar.

Ana Narciso disse...

O Presidente Salgueiro não faz qualquer distinção entre esmola e solidariedade para ele são sinónimos . Na última Assembleia Municipal afirmou que não podia divulgar a caridade feita porque "podia ferir susceptibilidades".Como medidas de combate à crise anunciou mais reuniões com o governo e com o Governador Civil, mas como podem ferir suscetibilidades não pode divulgar. Contudo não se esqueceu de anunciar que, enquanto ajudava a solucionar um problema no gabinete de um Secretário de Estado de um empresário local, este foi dizer mal dele num reunião partidária. Aqui já não fere nem insinua Aqui é isento. Eu chamo-lhe malabarismo político .

Maresia disse...

Paulo

Quando as pessoas pensam que quem não pensa como eu está contra mim, cai-se nisto em que vivemos, cai-se na describilização completa da política e dos políticos.E cada vez está pior!

Maresia disse...

Ana

E chama bem!

Maresia disse...

Ana

E chama bem!