sábado, 19 de abril de 2008

Viagem

As marés
que vão e tornam
trazem coisas sem fim

Gosto desse movimento incessante
dessas vagas ancestrais
pela praia encontro tesouros
conchas, tábuas, cordas, metais...

No meio do nada
que é muito
procuro tesouros, miragens
espeto uma vela no coração
inicio a minha viagem

na linha do horizonte
comigo por companhia
aspiro a ser água
saibo-me a maresia

Nesta navegação
em mim,
na busca do que nem sei

a brisa traz-me um aroma
prende-me um olhar náufrago

Chegas... Sabes a mar, a descoberta...
És concha, tábua, metal, corda?

Esqueço as definições
não me preocupa o porvir
Embarco nesta viagem

Não quero mapa, nem âncora

O meu leme é só sentir.

13 comentários:

Narrador disse...

Lindíssimo.

Apaixonei-me pelas suas palavras...!
Agradeço a partilha de tudo!

Pedro Branco disse...

Pronta. A maré que nos traz e leva de novo para nós e para os outros. Pranto. A corrente que de nós se faz onda. Pronta...

Cristiana Fonseca disse...

Linda poesia, lindas palavras, belo espaço o teu
Beijos,
Cris

prafrente disse...

" na busca do que nem sei..."

Eu sei o que busco...só que ainda não encontrei !

Fez-me lembrar as minhas caminhadas ao longo da praia deserta, escutando a voz do oceano, fitando a linha do horizonte,enquanto o meu coração espera que, sobre as ondas surja, o barco do amor...

(Un)Hapiness disse...

olá...obrigada pelas palavras.

gostei mt desta procura...

...a procura que tb eu sinto...
a minha demanda de sentido...:)

kiss

Anónimo disse...

Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the Servidor, I hope you enjoy. The address is http://servidor-brasil.blogspot.com. A hug.

mariam [Maria Martins] disse...

me too!belo poema e simpático blog, ou não fosse eu a "mariasentidos"! :)
e, obrigada p`la visita...
Um sorriso :)

Cristina Paulo disse...

Por momentos ouvi o murmurar da espuma das ondas do mar a acariciarem a areia da praia...e deixei-me também ir nessa tua viagem, embalada pelas marés da vida.
Bom fim de semana!

Rosi Gouvêa disse...

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

*Fernando Pessoa*

Vale sempre a pena andar aqui por perto!

Doces Beijos

Rosi Gouvêa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Auréola Branca disse...

Aaaaaaah, como é bom abrir os olhos e sentir o vento tamborilar em nossa pele... O mar, na dança das ondas! Ahhh....

bono_poetry disse...

viagens...de pequenas viagens se tornam longas as sensacoes ...de ancoras sobrevive a estadia...belo sentir entre conchas e tabuas...

Anónimo disse...

Muito bonito.
Está aqui uma grande poetisa.
Maria Antonieta Mariano
http://solinfinito.spaces.live.com/