sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Cântico de Sangue

Se é certa, como dizes,
Ser chegada a hora vil de partir,
Certo é também, o momento em que fico aqui,
A admirar-te,
A absorver-te.
Há um lapso curvo e sideral no tempo
Onde me perco,
Onde a tua língua confunde os meus sentidos.
E, neste solene engano
Sobe por mim acima,
A vontade de remendar-te.
Ressoa implacavelmente,
Teu fino e acutilante timbre.
Quer rasgar,
Quer romper.
Hoje, elevo-me à indiferença,
E, quem na realidade bebe sangue,
Sou eu.


Retirado do Moleskine por Narrador
www.doalpendredestacasa.blogspot.com

3 comentários:

Narrador disse...

Curvo-me.

É uma honra incomensurável ser merecedor da Sua atenção.
Constatar o meu "nome" aqui, onde a "riqueza" impera e prospera, é extraordinário.

Vénia.

Agradeço.

*Sorriso*

Narrador disse...

Quanto a esses Amores Impossíveis, é para mim, algo de que se poderia falar toda a noite...e toda a manhã. Tudo parte do principio de como nos vemos e o que desejamos. Convém dizer que, para mim ,Amor é partilha de tudo e liberdade. Desejar ao outro o que desejamos para nós mesmos. Não há Amores impossíveis...O que há é, indecisões e crenças interiores que nos limitam.
Isto sou só eu cá para com os meus botões. :)

E eu sou tão "pequenino".

Narrador disse...

Peço desculpa pelo meu comentário anterior. Porque li outra vez o Seu. Tinha percebido mal! Percebo o que diz...

Desculpe-me.