Sermos nós, sermos genuínos é algo que vale a pena, que nos faz sentir bem, que nos posiciona no nosso lugar perante o mundo e os outros. Quem anda sempre a tentar ser o que não é ou a imitar os outros porque está na moda, ou por outros motivos, persegue uma quimera e nunca se sentirá bem ou terá os resultados pretendidos porque não dá a bota com a perdigota.
Estas frases valem não só para cada um de nós enquanto indivíduos, mas também para todos nós enquanto membros que integram grupos, regiões, um país e vêm a propósito do Carnaval, época que acabámos de viver. Sempre gostei de Carnaval, não do Carnaval do samba, mas daquele que associo à minha infância, ao Entrudo, às roupas trapalhonas, ao andar mascarado de casa em casa, recebendo chouriça e ovos com os quais se faziam patuscadas. Por circunstâncias várias da vida, há muitos anos que não contactava com a folia carnavalesca, os desfiles dos corsos nunca me atraíram muito também.
Numa destas noites de Carnaval fui à Nazaré, a convite de amigos (o que seria de nós sem os amigos? Quantas coisas ficaríamos por saber ou descobrir se nos fechássemos aos outros e à partilha!) e fiquei realmente surpresa! Pela positiva!
Assisti a uma “cegada”( uma espécie de rábula ao estilo da revista portuguesa, representada pela população da Nazaré), fui ao baile do “Mar Alte”, dancei a noite inteira sem ouvir uma música brasileira e ri a bom rir com as letras das marchas que tocavam em todo lado com letras e músicas nazarenas. Estas letras são por si só um espectáculo, escritas ao jeito do falar nazareno, relatando situações típicas, muitas vezes com tom humorístico, bem… Adorei.
Graças a Deus que as modas e a globalização não chegam a todo lado e há gente que preserva as suas raízes e tradições. Parabéns às gentes da Nazaré, por serem assim, autênticos, bairristas, genuínos.
Para o ano volto… Agora vou recuperar os pés!
Sem comentários:
Enviar um comentário