quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Amizade Estelar

(recreação sobre o poema com o mesmo título da autoria de Frederico Nietzsche)

Tu e eu, dois navios,
ocasionalmente aportados neste mesmo cais.
Nossos diários de bordo indicam
como pesa diferente
a carga que transportamos.
Como são opostos os destinos,
porventura é diferente também,
a forma como beijamos e acariciamos
as águas que nos sustentam.

Entre velhos lobos
neste mar das tormentas de nós,
há um código de amizade,
feito amor, feito abraço, solidariedade.
Há sinais por sobre as ondas,
silvos de entendimento,
âncoras de compreensão.

E mesmo que esteja escrito
que nossos navios seguem diferentes rumos,
suponhamos generosamente
que deus existe,
e criou uma estrela longínqua e brilhante,
que velará sobre nós
a atracção magnética
de uma amizade estelar.*

RAÍZ DE LADO NENHUM, Ed. «Tribuna do Algarve», Lagoa, 1992, pág.46
José Mendes Bota nasceu, em Loulé, em 4 de Agosto de 1955. É Licenciado em Economia, desempenhando actualmente o cargo de deputado à Assembleia da República e Presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Faro. Entre as obras publicadas destacamos, no campo da poesia, Triângulos de Desespero (1987) e Raiz de Lado Nenhum (1992), e, no domínio da regionalização, Uma Voz do Sul na Europa (1994).

2 comentários:

Narrador disse...

O F. Nietzsche proporciona momentos destes...

Anónimo disse...

Fugis de mim!?Oh,coração,quanto sofreste!
E entretanto,tua esperança ainda me mantem firme!
Abre tuas portas a novos amigos
renuncia aos antigos e ás lembranças!
Foste jovem?-Pois agora és mais e com mais brio.

Friedrich Nietzsche


De Nietzsche direi o mesmo que Osho disse sobre Freud : UM LOUCO QUE DISSE ALGUMAS COISAS COM JEITO !!!

Ah,a stôra é uma alma inspirada.Não sei se é dos pequenos prazeres auto proporcionados,como os deliciosos morangos de ontem,ou se alberga, no mais profundo do seu ser,um gnomo inspirador que lhe agita o coração.Ou seja, ele age por dentro e isso nota-se por fora!!

E mais diria se para tanta coisa a dizer não fosse tão curto o tempo...