domingo, 8 de julho de 2007

Sob o signo da inquietação



o susto em nós foi avançar muito pra dentro
do proibido. Muito pra perto de uma zona
perigosa. A boca da noite. O desconhecido.
Vagos caminhos de uma via nebulosa.


Vários conceitos pra falar da mesma coisa
o susto em nós foi descobrir porteiras
de territórios nunca antes percorridos
no fundo de todos nós um visitante
no fundo a falta de sentido


Visitantes de nós mesmos cometeríamos
a imprudência de quase enlouquecer
pra chegar à compreensão.
E uma coisa afiada nos conduzia
através da trilha da poesia
e do difícil trajeto da paixão.



Bruna Lombardi

1 comentário:

Falco disse...

Quanto mais fundo penetrares
na toca do conhecimento,
tanto mais questões pra formulares,
e maiores dúvidas a cada momento.
Nas salas que fores visitando,
verás mais farinha que fermento.
Chove e faz a pasta dura, compacta,
onde não circula o vento.

Salas e salas no cérebro,
com umas portas escondidas.
As salas vais mobilando
e as portas descobrindo.
Curioso, como vais encontrando,
sempre mais uma sala vazia!
-Quem sou eu? Que faço aqui?
A mobília trespassando
as paredes membranosas:
-Tu és...- mas já não estás aqui;
passaste à sala seguinte,
com farinha, sem resposta...
-Que esperam de mim?
-Que quero afinal?
A mobília vem responder:
-O que esperam é o que queres. É...
E já não ouves, sempre a transitar
de sala. Um só passo à frente...

A solução é parar?
Vejo gente parada, superficial
e com as respostas todas...
Saberão de que perguntas?

14Jul2007