sexta-feira, 6 de julho de 2007

Há tanta coisa que não entendemos... A dificuldade está em não julgar, em aceitar, especialmente quando o que é diferente nos toca de perto, entra por nós, nos abala.
Os livros, a ficção transportam-nos para realidades que às vezes nos parecem impossíveis, mas chego à conclusão que a ficção é muito mais pobre que a realidade. Quando li o último romance do Mário Vargas Lhosa "Travessuras da menina má", comentava-o com uma grande amiga e discutíamos as fronteiras entra o amor e obsessão, a doença, a falta de amor próprio e perguntávamo-nos como era possível alguém gostar de outro a ponto de abdicar de si, daquilo que é essencial para que nos sintamos seres humanos inteiros, amados, respeitados.
Mas é possível e mais do que isso frequente. Acontece todos os dias, ao nosso lado e se calhar até já connosco nalgum momento das nossas vidas.
O amor é cego, já diz o ditado popular e com sabedoria. Mas que raio de amor se alimenta de dor e mágoa?E quando vemos as pessoas de quem gostamos a serem maltratadas, no corpo, no espírito sem conseguirem sair, discernir, cortar, resta-nos a incredulidade, a incompreensão. E também estarmos cá e abrir os braços quando for necessário acolher, consolar. Esse tempo chegará.

1 comentário:

deixas_em_mim disse...

Bom dia.
É verdade, a ficção fica muito aquém da realidade,e quanto ao aceitar, da mesma maneira que não nos cabe julgar, também não nos cabe aceitar, antes pelo contrário, abrir os braços sim. consolar, idem, mas nunca aceitar, porque nós temos deveres para com o proximo, assim como obrigações, e são as obrigações que nos impõem os deveres, que nos fazem sentir com o dever de dever...Não me vou alongar, pois este assunto é demasiadamente penoso para mim, e posso incorrer no erro de me impor, e isso não quero, fico-me pelo meu parecer, que tão bem entendes.

Passei por duas experiências identicas que envolvia uma criança e violações... não me consegui ficar pelo abraço, pelo carinho, pelo acolhimento, seria muito pouco...
Bjokas :)