Nunca, como hoje em dia, o sexo constituiu tanto tema de conversas, revistas, filmes, séries e programas.
Deixou de ser assunto sussurrado, mais ou menos secreto e veio para a luz do dia, democratizou-se.
Isto a propósito da tão propalada educação sexual nas escolas… Porque, que me perdoem os grandes estudiosos e os senhores professores doutores dos tais grupos que os governos vão criando, aí está quase tudo para fazer. Educação sexual não é ensinar o aparelho reprodutor! O ano passado, por pedido dos meus alunos, nas aulas de Formação Cívica, na faixa etária dos 13 anos e que sabiam o aparelho reprodutor na perfeição, vi-me na contingência de ter que elaborar um programa de educação sexual para responder às suas dúvidas e não encontrei nada oficial a que recorrer! Nem linhas orientadoras por ciclos, nem conteúdos mais adequados às diferentes idades, nada de concreto.
Guiei-me pelo bom senso, pesquisei, comprei livros, tirei dúvidas, ensinei a pôr o preservativo…
A semana passada perguntavam-me os do 9ºano… Setôra.. O que é o orgasmo? Quanto tempo é que dura? Porque é que há pessoas que não conseguem atingir? Eu já sou um pouco cota… No meu tempo não se falava disto, em parte nenhuma! E eu sou de letras, sem mestrado em sexologia ou qualquer formação específica na área…
Lá respondi, espero que bem. Sempre acrescento que foi das aulas mais bonitas que já tive… Passados os risinhos parvos do início e que disfarçavam o nervosismo deles aos colocar as perguntas porque nestas idades ninguém gosta de dar parte de fraco, quando eu comecei a responder, foi ver, num silêncio absoluto muitos pares de olhos a beber aquilo que dizia. E eu a pensar cá comigo… que grande responsabilidade! Muito maior que ensinar verbos…
Para quando um investimento sério na educação sexual que se traduza em algo de concreto no terreno?
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