Comunicamos em todo lado e de todas as formas… Telefone, sms, Internet. Ainda sou do tempo em que poucos tinham telefone fixo (pareço a senhora da publicidade… Ai que cota que sou!).
E nunca estivemos tão sozinhos… Famílias com cada vez menos filhos, cada vez mais pessoas que moram sós, porque calhou, porque optam por relações do tipo cada um na sua casa, porque não conseguem arranjar ninguém. E depois há os que, morando acompanhados, se cruzam com estranhos dentro da própria casa. Por vezes conhece-se tanta gente e ninguém para preencher aquele vazio cá dentro.
Já nem falo das pessoas de mais idade, armazenadas nos locais próprios, de olhares parados, fixos na porta da visita dominical, se a há… Se não, é o abandono. Criaram-se filhos, netos e fica-se para ali, ninguém tem tempo.
As esteticistas, os cabeleireiros, os médicos e todos aqueles cujos serviços implicam permanência temporal têm muitas vezes esse papel de ouvintes, de ser gente à escuta.
Facilmente se manda um sms, um e-mail e se põem ali em meia dúzia de palavras alguns sentimentos… Mas difícil é encontrar tempo cá dentro para ouvir os outros, para nos sentarmos, tomarmos um café, olharmos nos olhos, abraçarmos, rirmos, consolarmos. Absorvidos na voragem dos dias, andamos ocupados com nadas, esquecemos o essencial, esquecemo-nos dos outros e muitas vezes de nós.
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