Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para outro é arriscar envolver-se.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas ideias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar
Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada.
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer
mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas,
abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que arrisca é livre
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida...
Sören Kierkegaard, algures no séc. XIX
3 comentários:
sem palavras...
tudo está resumido neste poema
Arriscar...é restaurar as cores que o tempo vai empalidecendo, é reparar os buracos da alma, é sarar as feridas abertas...
Arriscar...é o sal da vida...
Arriscar...é viver...
Olá, permite-me fazer minhas as palavras dos poetas:
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
Alberto Caeiro
LIBERDADE
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa…
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar seca.
E mas do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca
Fernando Pessoa
Um dia
Um dia, mortos, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados, irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais, na voz do mar,
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner Andresen
...o prazer de viver não duvída,
o prazer de viver não questiona,
o prazer de viver sente-se...conquista-se.
Um beijo
Enviar um comentário