sábado, 12 de julho de 2008

Cegueira

Porque me dispo e não vês
Porque te canto e não me embalas
Porque te leio e não ouves
Porque me dou e não abres as mãos
Porque te acolho e não te recolhes

Porque sou flor de sal e me despedaças.

4 comentários:

Ricardo Silva Reis disse...

Poema muito melancolicamente bonito.
Um dia tudo mudará. Vais ver.
Beijinhos

prafrente disse...

"Porque me dispo e não me vês?"

Só pode ser porque anda cego... ou sofre de alexitimia.

Cristina Paulo disse...

Um texto curto mas muito profundo...tudo muda e tudo se altera ... mas para isso é preciso querer. Tu queres?
Beijos meus

Anónimo disse...

Aconteceu...
E por me teres feito cego
Recordo o sabor da tua pele
E a calor de uma tela
Que pintámos sem pensar.
Ninguém perdeu,
E enquanto o ar foi escuro
Despidos de passados
Talvez de lados errados
Conseguiste me encontrar.

Foi dança
Foram corpos de aço
Entre trastes de guitarras
Que esqueceram amarras
E se amaram sem mostrar.
Foi fogo
Que nos encontrou sozinhos
Queimou a noite em volta
Presos entre chama à solta
Presos feitos para soltar...



Estava escrito
E o mundo só quis virar
A página que um dia se fez pesada

E o suor
Que escorria no ar
No calor dos teus lábios
Inocentes mas sábios...
No segredo do luar.
Não vai acabar
Vamos ser sempre paixão
Vamos ter sempre o olhar
Ao nível de ninguém
Dei-te mais...! valeu a pena voar...

Estava escrito
E a noite veio acordar
A guerra de sentidos travada num céu

Nem por um segundo largo a mão
Da perfeição do teu desenho
E do teu gesto no meu...
Foi como um sopro estranho...
...e aconteceu...

És fogo em mim,
És noite em mim.
És fogo em mim.

Toranja