alba
escorre da madrugada um fio da ternura da noite
teço-o com as palavras que gosto
e escrevo esta alba
deixo-a aí, onde repousam os sonhos
da tua noite.
agasalha-os com ela.
irene pereira 10 dezembro 2013
Tanto de Mim
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
na imensidão dos milhões
de grãos de areia dispersos
que formam este meu deserto
agrego-me.
vieram ventos dispersos
depois as águas
e o vento soprou-me...
há um vulto ao longe... miragem talvez...
são ruínas?são dunas? são castelos? são muralhas?
escrevo-me a sol e maresia e escolho o castelo sobre as dunas.
quero a miragem do castelo, quero essa viagem
à torre mais alta de mim.
não é preciso ser de marfim...
Quero pendurar a minha alma na ameia
mais sobranceira
quero-a dourada pelo sol, batida do vento, com sabor a relento.
qual fruta madura em época de colheita.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Regresso
subir sempre
é longe o azul
no fim dele
quem sabe o céu
tantas janelas
tantos olhares
tantas portas
eu quero subir
ficar mais perto
talvez
no fim do caminho incerto
não haja cortinas
nem portas fechadas
apenas o azul
onde mergulho
e sou inteira.
domingo, 29 de julho de 2012
viagem
águas dolentes
olhar inquieto
aguarda feição
teme a corrente
viagem renovada
ser mulher
e fonte
e nascente
que certezas
não as há
para quem quer viver.
domingo, 29 de abril de 2012
morte
roça o seu gelo
na minha alma rasa
já não há oásis
nem abrigos de dor
à sua mercê
curvo-me
sorvo sôfrega
a chuva
o vento
a primavera
apressada
e espero.
na minha alma rasa
já não há oásis
nem abrigos de dor
à sua mercê
curvo-me
sorvo sôfrega
a chuva
o vento
a primavera
apressada
e espero.
domingo, 15 de abril de 2012
Quero
é uma incerteza
é um reflexo
é um nenúfar suspenso
na água do meu olhar
não sei
não quero saber
não quero tudo
quero o agora
onde a palavra
me embala
quero a pele
onde a tua saliva
se evapora.
é um reflexo
é um nenúfar suspenso
na água do meu olhar
não sei
não quero saber
não quero tudo
quero o agora
onde a palavra
me embala
quero a pele
onde a tua saliva
se evapora.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
doença
o corpo que nos encerra
o corpo
essa matéria vã
dos prazeres passageiros
a alma onde o ser se manifesta
ajoelha perante a matéria
É ele que nos aterra
e afunda
nesse buraco
de onde
nem um raio de alma
penetra.
o corpo
essa matéria vã
dos prazeres passageiros
a alma onde o ser se manifesta
ajoelha perante a matéria
É ele que nos aterra
e afunda
nesse buraco
de onde
nem um raio de alma
penetra.
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